O que há do outro lado? A gestão da transição da educação infantil para os anos iniciais
Resumo
Esta pesquisa tem como tema a gestão da transição da educação infantil para os anos iniciais. O mesmo está vinculado a linha de pesquisa Gestão Pedagógica e Contextos Educativos do Mestrado Profissional em Políticas Públicas e Gestão Educacional, inserido no Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Gestão Educacional da Universidade Federal de Santa Maria/RS. Tem como objetivo compreender a gestão da transição da educação infantil para o primeiro ano do ensino fundamental, a partir do olhar das professoras e das crianças visando à construção de um processo de transição que respeite as especificidades da infância. Teve como contexto de pesquisa, duas escolas de Santa Maria, que atuam professoras e gestores envolvidos com o processo de transição da educação infantil para os anos iniciais das crianças. A abordagem foi qualitativa, do tipo pesquisa-intervenção, e a realizou nas duas escolas, por meio de encontros formativos e ações integradoras entre os dois contextos e principalmente entre as crianças. Assim a formação e a integração se constituíram como o próprio produto do projeto, que nos permitiu a intervenção e posteriormente a avaliação das ações desenvolvidas. Os referenciais teóricos que norteiam este trabalho decorrem, dentre outros, dos estudos realizados por Libâneo, Oliveira e Toschi (2003; 2005, 2013), Freire (1996, 1997a, 1997b, 2011), Lück (2002) e Oliveira (2003), que abordam a temática sobre gestão educacional, como também abordam uma preocupação na participação de todos e uma educação libertadora. Motta (2013), Barbosa e Delgado (2012) e Rocha e Kramer (2013), por tratar especificadamente da temática do ensino fundamental de 9 anos, que reflete na transição da educação infantil para os anos iniciais, que nos ajudam a construir o conceito desse processo de gestão da transição. Através da pesquisa pode-se perceber que as professoras e coordenadoras compreendem a infância de diferentes formas, entretanto, todas concordam que esta seja uma etapa fundamental para o desenvolvimento integral da criança, entendendo-a como sujeito construtor de sua própria cultura. Percebemos também que a partir dos encontros formativos e da integração entre as duas etapas que o processo de transição, antes não percebido na escola, pode alcançar mais visibilidade nos dois contextos educativos, e que por meio da voz das crianças pode-se perceber suas expectativas e desafios durante seu processo de transição, assim como dialogar e aprender com a experiência das próprias crianças. Por fim, considera-se para esta pesquisa que o processo de transição da educação infantil para os anos iniciais é um processo que precisa ser construído de forma harmoniosa e sensível para as crianças, tendo o mínimo de rupturas e possibilitando que a gestão e os demais envolvidos direcionem os olhares para esse processo, a fim de que as singularidades e continuidades sejam respeitadas nas vivências das crianças. Pois os protagonistas do processo de transição da educação infantil para os anos iniciais são as crianças que ao espiarem pelo buraco do muro, tornam a imaginação em evidência nesse processo.
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