O efeito in vitro do extrato aquoso de erva mate (Ilex paraguariensis) na inflamação, estresse oxidativo e prevenção de sintomas parkinsonianos
Abstract
A Doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. É causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina. Essa doença é uma das principais causas de deficiência neurológica e sua prevalência ocorre em todo o mundo, o que justifica os esforços destinados a melhorar o seu tratamento. As sustâncias naturais e de baixo custo, que possam atuar protegendo as células do estresse oxidativo, minimizando as alterações mitocondriais, da inflamação e apoptose, são fortes candidatas ao desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas de neuroproteção, em busca da melhora e da prevenção da DP. Estudos recentes revelaram uma associação inversa entre o consumo de erva-mate e o risco de desenvolver a DP, outros estudos, também indicaram uma associação entre a resposta inflamatória aumentada e a DP. O presente estudo foi desenvolvido com o extrato aquoso de erva-mate (Ilex paraguariensis), cultura in vitro das células SH-SY5Y e RAW 264.7. As células SH-SY5Y, para a análise, foram pré-tratadas com erva-mate e em seguida expostas a rotenona, indutor in vitro da DP, para verificar o efeito neuprotetor da erva-mate nos sintomas parkinsonianos. E as células RAW 264.7, para a análise, foram pré-tratadas com Fitohemaglutinina e erva-mate, para verificar os marcadores inflamatórios e oxidativos. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Biogenômica, Departamento de Morfologia, Prédio 19, do Campus da Universidade Federal de Santa Maria. A atividade mitocondrial foi diminuída na linhagem RAW 264.7 e aumentada nas células SH-SY5Y, tratadas com extrato aquoso de erva-mate. A genotoxicidade não foi observada na exposição ao extrato aquoso de erva-mate, em ambas as células. Na apoptose, a linhagem RAW 264.7, demonstrou um aumento nos níveis de caspases 1, 3 e 8 nas maiores concentrações, porém, nas células SH-SY5Y ocorreu um aumento nas caspases 1 e 8, apenas em altas concentrações, e a caspase 3 aumentou em todos os tratamentos. Os dados confirmaram que o tratamento com Fitohemaglutinina induziu um estado proliferativo e com a erva-mate uma resposta anti-inflamatória. Nas células SH-SY5Y, os tratamentos com rotenona diminuíram a viabilidade celular de maneira dose-dependente. Quando a exposição da erva-mate ocorreu, antes do tratamento com rotenona, a tendência à apoptose é atenuada, indicando um efeito neuroprotetor. Conclui-se que em ambas as linhagens celulares a erva-mate, em geral, apresentou efeito anti-inflamatório. Sendo que, nas menores concentrações apresentou um efeito neuroprotetor, contra danos causados pela rotenona em células neuronais.
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