Redes de saúde e (m) desastres: cartografias da resiliência em Santa Maria - RS
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Data
2018-03-27Primeiro membro da banca
Oliveira, Gustavo Nunes de
Segundo membro da banca
Ubessi, Liamara Denise
Terceiro membro da banca
Bayer, Valéria Maria Limberger
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O desastre da Boate Kiss aconteceu em janeiro de 2013. Desde então, tecnologias e protocolos
têm sido publicados. Essa pesquisa explora características da rede de serviços e da gestão que
facilitam ou produzem barreiras ao enfrentamento de desastres de grande dimensão. Os
objetivos da investigação foram cartografar a produção de redes de saúde para o enfrentamento
dos efeitos do desastre na Boate Kiss em Santa Maria, Rio Grande do Sul; registrar concepções
que orientaram a produção de redes de saúde para o atendimento às vítimas do desastre na Boate
Kiss; mapear principais pontos de atendimento e (m) suas (des) articulações; identificar
condições iniciais e decisões que contribuíram para a resiliência da rede de saúde de Santa
Maria; propor estratégias/pistas para que as redes de atenção possam responder às emergências
e garantir continuidade do cuidado em situações de desastres. Destacam-se características do
atendimento imediato, a criação de novos pontos na rede e a gestão de um hospital público.
Metodologia: trata-se de uma investigação qualitativa, participativa, com características da
Avaliação de Quarta Geração associadas ao método cartográfico. As principais fontes de
informação são entrevistas individuais e coletivas com representantes de grupos com interesses
distintos no tema proposto. Temas destacados foram recolocados na roda e integraram
entrevistas com os demais representantes. Foram realizadas seis entrevistas e um grupo focal.
Estas foram transcritas e analisadas, gerando um texto com a narrativa da assistência ao desastre
e outro com as categorias importância do SUS, gestão da rede e cuidado longitudinal.
Resultados: o enfrentamento inicial depende mais da capacidade de mobilização, conectividade
e recursos da comunidade. O atendimento às vítimas exige visão de complementaridade (no
trabalho interprofissional e na rede) e abertura para formas menos hierárquicas de gestão dos
serviços (existentes ou novos). O trabalho das várias frentes, a negociação com representantes
de várias esferas de governo, a entrada dos interesses privados e das corporações, a inclusão de
diferentes perspectivas teóricas, a participação dos voluntários e a proteção à ofensiva da
imprensa exigiram metodologias de apoio institucional e outras formas de gestão mais
democráticas. Experiência em cogestão foi um importante facilitador. A inexistência de
serviços públicos é barreira para a assistência imediata e a fragilidade da atenção básica limita
o cuidado longitudinal. Em relação ao hospital público, emergiram novas formas de gestão e de
composição entre a Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul, coordenadores e
equipes assistenciais. Características de gestão mais democráticas, não se sustentaram após a
crise e a experiência não é utilizada para enfrentamento de situações do cotidiano.
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