Habilidades motoras orais e aspectos alimentares associados ao desenvolvimento de prematuros nos dois primeiros anos de vida
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Data
2019-07-19Primeiro coorientador
Keske-Soares, Marcia
Primeiro membro da banca
Bolzan, Geovana de Paula
Segundo membro da banca
Henn, Roseli
Terceiro membro da banca
Haeffner, Leris Salete Bonfanti
Quarto membro da banca
Benedetti, Franceliane Jobim
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O objetivo geral deste trabalho é estudar o crescimento e desenvolvimento de prematuros nos primeiros dois anos de vida, relacionado ao desenvolvimento de suas habilidades motoras orais e aspectos da alimentação recebida. Trata-se de um estudo longitudinal, descritivo e quantitativo. A amostra compreendeu 40 prematuros acompanhados em hospital do Sul do Brasil, entre os anos de 2014 e 2018, em seis momentos: no nascimento e aos quatro, seis, doze, dezoito e vinte e quatro meses de idade corrigida para a prematuridade. Os dados de nascimento foram coletados em prontuário hospitalar e os demais momentos, avaliados no ambulatório de seguimento de prematuros do referido hospital. Foram realizadas avaliações antropométricas, das habilidades motoras orais, com o protocolo Schedule for Oral Motor Assessment (SOMA), bem como dos marcadores de consumo alimentar e triagem de desenvolvimento. A idade gestacional ao nascer teve média de 32,47 (±1,90) semanas e o peso médio foi 1633,87 (±467,53) gramas. A maioria era do sexo feminino com classificação de adequado crescimento intrauterino. Aos quatro meses, a média de idade corrigida era de 3,37 (±1,27) meses. 82,5% havia iniciado a alimentação complementar e apresentava disfunção motora oral, que ao decorrer do acompanhamento foi evoluindo para a normalidade. A maior parte dos prematuros foi classificada como eutrófico nos diferentes momentos. Aos doze meses, encontrou-se significância estatística entre crescimento e função motora oral na consistência sólida, ou seja, crianças com função motora oral normal apresentaram melhores Escores Z de peso para idade, peso para estatura e índice de massa corporal para a idade, comparados aos que tinham disfunção (p≤0,05). Também, aos doze meses de idade corrigida, o consumo de ultraprocessados e os valores de Escore Z de perímetro cefálico para a idade foram maiores nos prematuros que não consumiam estes alimentos (p=0,001). A triagem de desenvolvimento pelo Teste de Denver observou falhas nos quatro critérios avaliados (motricidade grossa, motricidade fina, linguagem e conduta social). O crescimento foi acompanhado de forma longitudinal durantes os primeiros dois anos e observou-se um padrão progressivo ao avaliar a evolução das médias de peso, comprimento e perímetro cefálico, sendo considerado adequado. A disfunção motora oral esteve presente na maioria dos prematuros aos quatro meses, momento onde muitos já recebiam a alimentação complementar. A partir dos seis meses, a função motora oral normal foi mais frequente nas diferentes consistências, evoluindo no decorrer do seguimento. Observou-se baixa prevalência de aleitamento materno, mesmo de forma mista, em todos os momentos, com redução no decorrer do acompanhamento. A presença de alimentos processados e ultraprocessados foi elevada na rotina alimentar desde os seis meses de idade corrigida. O teste de Denver pode ser considerado uma ferramenta de fácil aplicabilidade na avaliação de crianças nascidas prematuras. Conhecer melhor essa população, e as possíveis dificuldades enfrentadas, observando o prematuro nos aspectos que envolvem o padrão de crescimento, suas habilidades motoras orais, seu padrão de consumo alimentar, assim como um olhar ao desenvolvimento global, poderá favorecer o seguimento ambulatorial na revisão de suas condutas e protocolos.
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