Gestão organizacional da geração distribuída em concessionárias de energia elétrica no Brasil
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2019-12-19Primeiro membro da banca
Siluk, Julio Cezar Mairesse
Segundo membro da banca
Bernardon, Daniel Pinheiro
Terceiro membro da banca
Garcia, Enoque Dutra
Quarto membro da banca
Daza, Eric Fernando Boeck
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A transformação do setor de energia elétrica em direção a uma produção mais diversificada e sustentável de eletricidade disseminou a importância da geração distribuída a partir de fontes renováveis. Apesar do cenário nacional da geração distribuída apresentar-se com um crescimento exponencial, em setembro de 2019 o Brasil acumulou 135 MW de potência instalada, distribuídos em mais de 110 mil unidades de consumo. Nessa perspectiva, as projeções para 2026 esperam que só a energia fotovoltaica atinja 3,3 GWp de capacidade instalada em 770.000 unidades, o que seria suficiente para suprir 0,6% da demanda nacional total de energia. No Brasil, os sistemas de geração de energia elétrica conectados à rede elétrica próximo ao centro de carga crescem através da compensação de créditos, modelo que só se tornou possível a partir da Resolução Normativa ANEEL 482/2012. Embora sejam evidentes os benefícios sistêmicos associados à expansão da geração distribuída de energia elétrica, no que tange as concessionárias de energia elétrica, é importante avaliar os desafios decorrentes do aumento da taxa de difusão dessas instalações. Diante deste cenário, para as concessionárias obterem um desempenho adequado e defender posições estratégicas no mercado de energia elétrica, é necessário conhecer e compreender a dinâmica dos atores nos âmbitos empresarial, estrutural e sistêmicos, permeados por indicadores capazes de mensurar e avaliar, de fato, sua realidade específica. Posto isso, a utilização de um sistema de medição de desempenho construído sobre uma modelagem matemática capaz de mensurar o nível de desempenho organizacional das concessionárias foi desenvolvido com base nos preceitos do Balanced Scorecard. Trinta e dois critérios-objetivos foram selecionados através da metodologia de revisão integrativa, associada ao método Delphi, e alocados no mapa estratégico do BSC, dividido nas quatro tradicionais perspectivas: Financeira, dos Clientes, Processos Internos e Aprendizagem e Crescimento. A modelagem matemática propôs o uso do método AHP para a diferenciação do grau de importância dos critérios-objetivos sob julgamento de quatro grupos de especialistas da área: representantes de Agências Reguladoras, pesquisadores com foco científico em GD, gestores de concessionárias de energia elétrica e clientes e associações da área. A concepção da formulação para mensusação do desempenho relaciona um indicador de desempenho ao cumprimento da meta estabelecida para cada critério-objetivo, de modo a verificar a performance da empresa naquele aspecto. O modelo construído foi aplicado em quatro concessionárias de energia elétrica do Brasil. Nenhuma delas atingiu o nível de desempenho regular, tampouco um posicionamento satisfatório na gestão da GD. Isso se deve ao fato de que as concessionárias percebem a GD como uma ameaça aos seus modelos de negócios atuais, e não a veem como um mercado potencial e rentável. Ao procurar relacionar esses resultados com os dados de indicadores estabelecidos pela ANEEL percebeu-se que a regulação não possui indicadores de desempenho estruturados para identificar o cenário atual da GD nas concessionárias. Com o propósito de contribuir com o setor, foram sugeridos 19 indicadores de desempenho estratégicos para discussões futuras sobre uma remuneração proporcional aos resultados declarados nos indicadores em comento. Ademais, foi construída uma ferramenta computacional, com disponibilidade off-line, para orientar a tomada de decisão gerencial da GD nas concessionárias. Com este estudo, torna-se claro que a melhoria dos processos de gestão da GD permitiria às concessionárias um posicionamento excelso ante ao órgão regulador. A adaptação benéfica às novas realidades é acessível com o uso de uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento de novas formas organizacionais para a criação, entrega e captura de valor da GD.
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