Variação lexical na Paraíba (PB) e no Rio Grande do Sul (RS): bobo, golada e loura.
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2018-12-11Metadatos
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A língua é parte da vivência em sociedade, manifestando o resultado da interatividade entre os falantes
e aspectos culturais, históricos, geográficos, etc. Por isso a presente análise variacional teve como
base as comunidades de fala da Paraíba e do Rio Grande do Sul, regiões distantes geograficamente e
de contextos histórico-sociais aparentemente distintos, demonstrando por meio da verificação dos
fatores intra e/ou extra linguísticos que motivaram os processos de variação em ambos a aproximação
ou o distanciamento léxico - dialetal entre esses estados. Assim, este trabalho investigou alguns casos
de variação das palavras bobo, golada e loura, as quais fazem parte da norma padrão da língua
portuguesa brasileira, com o intuito de demonstrar, por meio da análise variacional, as semelhanças
e/ou diferenças existentes entre o português falado no Rio Grande do Sul e na Paraíba. Para realizar
este estudo, foi utilizado como base metodológica o Atlas Linguístico Etnográfico da Região Sul do
Brasil – ALERS (2011). Além dele, o trabalho também apresenta suporte qualitativo, pois teve como
fonte direta de dados (corpus) textos pertencentes ao domínio jornalístico e dicionarístico. No que diz
respeito à contribuição da presente pesquisa para o ambiente acadêmico, este trabalho se justifica pelo
fato de considerar relevante para compreender que o português está em constante mudança, de
maneira que os processos de variação linguística são comuns. Assim, nesta primeira etapa da análise,
foi possível perceber que, ao longo das averiguações das conjecturas levantadas acerca da motivação
e do surgimento das variantes não padrão na Paraíba e no Rio Grande do Sul, ambos os estados
apresentam algumas semelhanças entre si, seja em vista do contexto histórico ou da forma em que se
procederam as ocorrências de variação em cada um deles. Contudo, a observação linguística de
diferentes localidades geográficas pode demonstrar a forma com que cada uma dessas comunidades
de fala se relaciona com seus habitantes e com a língua, revelando com isso a diversidade cultural e
questões de influência na caracterização da forma de falar local. Por isso, esta análise ainda não se dá
como concluída, pois existem fatores que não puderam ser analisados neste primeiro momento e que
são relevantes para o presente estudo. À vista disso, a enorme gama de variedade linguística - seja
ela fonética, semântica ou lexical - presente no português brasileiro reflete os diferentes elementos que
contribuíram para que cada lugar apresentasse características únicas que o diferenciava dos demais,
seja no uso da língua ou pelo próprio modo de viver de sua sociedade. Dito isso, o estudo da
heterogeneidade sistemática da língua, tal como propõe a Sociolinguística Variacionista, além de
possibilitar o entendimento da variação linguística, auxilia na conscientização e aceitação da
diversidade social. Tendo em vista que o Brasil é uma mistura das diversas culturas e línguas dos vários
povos que fizeram e fazem parte da formação de seu próprio povo não se pode atribuir à utilização
apenas do português padrão, considerado culto, o status de única língua correta.
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