O impacto da poluição do ar na mortalidade por doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer pulmonar
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Data
2021-03-01Primeiro membro da banca
Souza, Adriano Mendonça
Segundo membro da banca
Silva, Wesley Vieira da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os impactos da poluição do ar foram evidenciados ao longo dos anos em vários locais do planeta, seja por eventos catastróficos ou simplesmente pela sua presença na atmosfera. A exposição pela quantidade de poluentes que existem na atmosfera põe em risco a saúde das pessoas e provoca o agravamento de inúmeras doenças. Os locais que apresentam esse cenário de forma mais evidente são aqueles reconhecidos como centros urbanos. O objetivo deste estudo foi analisar as taxas de mortalidade por doença pulmonar obstrutiva crônica (COPD) e câncer pulmonar (LC) no estado de São Paulo, o qual possui o maior centro urbano do país, para identificar de que maneira as variáveis atmosféricas estão inter-relacionadas com essas doenças. Para isso, é proposta a utilização do modelo autorregressivo vetorial (VAR) que permite fazer análises em um ambiente multivariado em curto prazo. Os dados dos poluentes atmosféricos utilizados foram coletados na Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) por possuírem um sistema de monitoramento, controle e fiscalização robusto, dos quais se tem livre acesso pelo site e abrange todo estado. As informações da mortalidade por doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer pulmonar foram coletados no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). O modelo ajustado foi um VAR (1) e, conforme o teste de causalidade de Granger, os poluentes atmosféricos selecionados foram: PM10, O3, CO, NO2 e SO2. Os choques aplicados na variável O3, por meio da função impulso resposta, impactaram a COPD negativamente, no nono período se estabilizou. A variável LC sofreu maiores variações do O3, depois de um choque nessa variável, foi causado uma resposta inicialmente negativa em LC, a série estabiliza-se no período nove. Após um ano, 20,19% da variância de COPD foi explicada por O3 e, depois de doze meses, o poluente atmosférico O3 representou 5,00% e NO2 representou 4,02% da variância de LC. Nota-se que as variáveis causaram maior impacto na taxa de mortalidade da doença pulmonar obstrutiva crônica e, na taxa de mortalidade do câncer de pulmão, foram O3 e NO2, indicando que a poluição do ar influencia no estado clínico das pessoas que possuem essas doenças e podem colaborar no desenvolvimento das mesmas. O modelo VAR foi capaz de identificar quais poluentes atmosféricos possuem maior impacto sobre as doenças analisadas e possibilitou a compreensão do inter-relacionamento entre as mesmas.
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