O estilo de vida e o envelhecimento de professoras sem filhos/as
Fecha
2019-01-31Autor
Roth, Vanessa Juliane da Silva
Primeiro membro da banca
Siqueira, Monalisa Dias de
Segundo membro da banca
Silva, Paula
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Observamos que as configurações familiares vêm sofrendo mudanças ao longo do tempo, o
número de casais e mulheres sem filhos/as vem aumentando e o envelhecimento populacional
cresce vertiginosamente no nosso país. Essas mudanças refletem outros interesses,
experiências e estilos de vida possíveis às mulheres que se afastaram de uma representação
ainda tão forte em nossa cultura, a maternidade. Assim, objetivamos analisar o estilo de vida
de professoras sem filhos/as e sua relação com o processo de envelhecimento. Participaram 15
professoras, sendo 8 da Educação Básica e 7 do Ensino Superior, com idades entre 50 e 67
anos, que não tiveram filhos/as, residentes na cidade de Santa Maria/RS. As professoras
foram selecionadas intencionalmente a partir da técnica snowball sampling. Nesta pesquisa
qualitativa aprovada pelo Comitê de Ética, realizamos entrevistas semiestruturadas em
profundidade, as quais foram transcritas literalmente e após organizadas e interpretadas a
partir da análise de conteúdo. Os resultados foram apresentados em dois artigos, sendo que o
primeiro deles objetivou conhecer as trajetórias até a não-maternidade visibilizando o estilo
de vida dessas professoras, discutindo as possíveis mudanças sentidas no processo de
envelhecimento e a relação filhos/as e o cuidado na velhice. Evidenciou-se que para a maioria
das professoras a maternidade não ocupava o centro dos seus projetos de vida, mas sim, os
estudos e o trabalho, o que gerou um estilo de vida mais livre, onde o tempo para si é
valorizado, bem como as atividades sociais. Elas consideram que filhos/as não são e não
devem ser vistos como garantia de cuidados na velhice, mas que a condição econômica é um
fator determinante para proporcionar maior ou menor qualidade de vida nessa fase. O segundo
artigo objetivou conhecer as afetividades e seus desdobramentos na vida das professoras,
compreender suas relações com o trabalho e como lidam e/ou projetam suas aposentadorias.
Constatou-se que a maior parte das professoras considera as amizades fundamentais em suas
vidas e que buscam nutri-las, o trabalho ocupa um espaço privilegiado e alimenta inúmeros
projetos a serem realizados, enquanto que algumas veem a aposentadoria como algo muito
distante, pois querem continuar trabalhando por muito tempo ainda, outras consideram que ela
representa novas oportunidades de aprendizagens e experiências. Por fim, em ambos os
estudos, não se observou diferenças contundentes nos estilos de vida e nas representações
acerca da não-maternidade e do envelhecimento na comparação entre as narrativas das
professoras de Educação Básica e as do Ensino Superior. A temática desse estudo é de grande
relevância, pois aborda questões contemporâneas que envolvem novas configurações sociais e
rompe com estereótipos que apontam a maternidade como um destino para as mulheres,
visibilizando outros estilos de vida e novos projetos de envelhecimento.
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