Efeitos da adição de alumínio, silício e selênio na fisiologia e bioquímica de Schinus terebinthifolius Raddi
Resumo
A região sul do Brasil apresenta solos ácidos, sendo que muitos destes solos são classificados
como alumínicos e alíticos, ressaltando a ocorrência de altos teores de alumínio (Al). Este
elemento, quando em solos ácidos, apresenta-se na forma trivalente (Al
+3
) a qual é toxica para
os organismos vegetais. Estudos demonstram a eficácia dos elementos silício (Si) e selênio (Se)
na atenuação dos danos causados por elementos fitotóxicos. Dessa forma, o objetivo deste
trabalho foi avaliar a resistência da espécie ao Al e o efeito do Si e do Se sobre a toxicidade do
Al em plantas de Schinus terebinthifolius Raddi sob condições de cultivo hidropônico. O estudo
foi conduzido na casa de vegetação e nos Laboratórios de Bioquímica de Plantas do
Departamento de Biologia, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS. As plantas
de S. terebinthifolius foram propagadas via sementes em substrato comercial e posteriormente
foram transferidas para cultivo hidropônico em solução nutritiva onde foram adicionadas
concentrações de Al, Si e Se em mM, na seguinte forma: Tratamento 1: 0 Al + 0 Se e Si;
Tratamento 2: 2,5 Si; Tratamento 3: 0 Al + 0,0025 Se; Tratamento 4: 1,85 Al + 0 Se e Si;
Tratamento 5: 1,85 Al + 2,5 Si; Tratamento 6: 1,85 Al + 0,0025 Se; Tratamento 7: 3,71 Al + 0
Se e Si; Tratamento 8: 3,71 Al + 2,5 Si; Tratamento 9: 3,71 Al + 0,0025 Se. Após a exposição
aos diferentes tratamentos (21 dias), sob cultivo hidropônico, foi feita a coleta e análise
variáveis fisiológicas (biomassa fresca e seca, altura de plantas, variáveis morfológicas do
sistema radicular, área foliar e variáveis fotossintéticas), bioquímicas (enzimas antioxidantes,
peroxidação lipídica, e conteúdo de peróxido de hidrogênio, ácido ascórbico, tióis não proteicos
e pigmentos fotossintéticos). Para as variáveis fisiológicas observou-se que o Al é fitotóxico
para esta espécie nas concentrações de 1,85 mM e 3,71 mM Al ocasionando reduções
significativas no desenvolvimento de parte aérea e raiz. O Si foi capaz de atenuar os danos
causados pelo Al, porém, apenas na menor concentração de Al (1,85 mM), enquanto o Se não
mitigou os danos ocasionados pelo elemento fitotóxico. Quanto as variáveis bioquímicas, o Si
e o Se apresentaram efeitos benéficos na amenização do estresse causado pelo Al,
principalmente através da ativação do sistema antioxidante e na diminuição dos danos causados
pela peroxidação lipídica. Desta forma pode-se concluir que a espécie tem o seu desempenho
afetado negativamente pela presença do Al, tanto fisiologicamente como bioquimicamente. O
Si se apresentou eficiente em reduzir os danos fisiológicos causados pelo Al, principalmente
quando se tratou da menor concentração de Al, enquanto o Se não apresentou esse efeito.
Bioquimicamente notou-se que Si e Se apresentam capacidade para atenuar os danos
ocasionados pelo Al através de uma manutenção do sistema antioxidante. Portanto, nossos
resultados indicam que o Si e o Se foram eficientes em aliviar danos fisiológicos e bioquímicos
causando por Al em plantas de S. terebinthifolius.
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