Diversidade genética e estrutura populacional de Fasciola hepatica (Linnaeus, 1758): o papel dos hospedeiros definitivos
Fecha
2020-02-21Primeiro membro da banca
Robe, Lizandra Jaqueline
Segundo membro da banca
Grando, Thirssa Helena
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Fasciola hepatica é um platelminto da classe Trematoda responsável pela doença
chamada fasciolose. Este parasito é cosmopolita e de ciclo heteroxênico, ou seja,
dependente de dois hospedeiros para completar seu ciclo de vida: um intermediário,
molusco da família Lymnaeida; e hospedeiros definitivos, sejam eles animais
domésticos (bovinos, ovinos, caprinos) ou animais silvestres. No continente
Americano, Fasciola hepatica foi introduzida juntamente com animais domésticos no
início da colonização Europeia, e desde então, há a descrição de 14 espécies nativas
da América do Sul sendo infectadas. Umas dessas é a capivara (Hydrochoerus
hydrochaeris), que devido ao seu habito de vida semiaquático tornou-se um
importante reservatório do parasito. Esse trabalho tem o objetivo de caracterizar
geneticamente diferentes populações de Fasciola hepatica no Brasil em diferentes
hospedeiros (bovino e capivara). Para isso, foram coletadas amostras de parasitos
adultos e fezes de animais infectados para a coleta de ovos nos estados do Rio
Grande do Sul e Paraná, e utilizamos dois fragmentos de genes mitocondriais COI e
NAD1 para as análises genéticas. Foram avaliados índices de diversidade
nucleotídica, haplotípica e número de haplótipos. A relação haplotípica e a frequência
dos haplótipos foram calculadas e redes de haplótipos foram construídas por Medianjoining.
Para entender se há estrutura populacional, realizamos o teste de AMOVA, e
calculamos o índice de fixação (FST). A distância genética entre parasitos de diferentes
hospedeiros foi calculada dentro de cada grupo amostrado e entre os grupos. Os
nossos resultados mostraram que a estrutura genética das populações de Fasciola
hepatica, sejam elas de animais domésticos ou silvestres dependem mais de aspectos
geográficos do que do hospedeiro em questão, de uma forma que os parasitos dos
animais silvestres compartilham do mesmo pool gênico dos parasitos de animais
domésticos mais próximos geograficamente. No entanto, o alto trânsito de animais
domésticos dentro dos estados brasileiros e as barreiras alfandegárias entre os
estados faz com que ocorra homogeneidade genética entre as populações dentro dos
estados e estruturação genética entre os estados. Da mesma forma, que ao
compararmos os parasitos de diferentes hospedeiros, os parasitos de animais
silvestres da américa do sul são semelhantes entre si, e distantes geneticamente dos
parasitos de animais silvestres do Velho Mundo. Portanto, para que ocorra controle
da epidemiológico de Fasciola hepatica dentro dos estados do Rio Grande do Sul e
Paraná, deve ser realizado a implementação de planos de manejo entre hospedeiros
domésticos e silvestres, e também o controle de hospedeiros intermediários,
principalmente nas regiões de alta potencialidade da doença e de possibilidade de
novos hospedeiros definitivos.
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