Avaliação clínica e histológica de osteonecrose mandibular induzida por agentes modificadores ósseos em ratos wistar
Resumo
A osteonecrose é uma patologia óssea, com etiopatogenia ainda desconhecida, que foi relatada pela primeira vez
em 2003 por Marx. Em 2014 a Association of Oral and Maxillofacial Surgeons (AAOMS) descreveu o conceito
da osteonecrose, como sendo uma área de exposição óssea na maxila ou mandíbula que não repara em oito
semanas devido a uma perda temporária ou permanente de suprimento sanguíneo no local. Acomete, na maioria
dos casos, pacientes que utilizam, cronicamente, medicamentos antirreabsortivos e alguns fatores associados
como corticoterapia, diabetes mellitus, exodontia e demais procedimentos odontológicos invasivos. Trabalhos
recentes investigam em ratos a osteonecrose induzida por esses medicamentos como o alendronato (AL), ácido
zoledrônico (Z) e o denosumab (Dmab), a fim de, esclarecer a etiopatogenia, assim como, estudar meios de
prevenção e tratamento da doença. o objetivo deste estudo foi comparar as drogas antirreabsortivas em um
modelo animal em ratos de MRONJ, utilizando três diferentes fármacos antirreabsortivos: alendronato, ácido
zoledrônico e denosumab, uma para cada grupo experimental, baseado nos parâmetros clínicos e histológicos
da região submetida à exodontia. Os parâmetros clínicos avaliados foram: área de exposição óssea, fístula, má
cicatrização de tecido mole e inflamação no alvéolo. Já os parâmetros histológicos compreenderam a análise de
necrose óssea, infiltrado inflamatório (análise qualitativa e quantitativa), vasos sanguíneos (análise quantitativa),
sequestro ósseo e resto radicular. Foram 35 ratos machos Wistar, randomizados em 6 grupos: Grupo Controle
Negativo (CN) terapia com solução salina fisiológica: GNZ (n=6), GNAL (n=6), GNDmab (n=5); Grupo
Alendronato (GAL) terapia com AL (n=6); Grupo Zometa (GZ) terapia com Z (n=6); Grupo Denosumab
(GDmab) terapia com Dmab (n=6). A dose aplicada em cada animal será de acordo com seu peso semanal,
seguindo a relação: GAL 1 mg/Kg – subcutânea, GZ 0,06mg/kg- intraperitoneal e GDmab 0,25mg/kg –
intraperitoneal. O grupo GAL foi submetido a 8 aplicações de AL por um período de 8 semanas (1 aplicação
semanal), ao completar a oitava semana os ratos foram submetidos a extração dentária. E após 28 dias da
extração dentária foram eutanasiados, juntamente com 6 ratos do grupo GNAL. A medicação foi mantida, 1 vez
na semana, até a eutanásia (décima terceira semana) para o grupo GAL. O grupo GZ recebeu o Z quatro vezes
por semana, por quatro semanas, quando completou a quarta semana foi realizado a extração dentária,
posteriormente foi aguardado o período de 28 dias para a realização da eutanásia dos animais do respectivo
grupo e mais 6 do grupo GNZ. O grupo GDmab recebeu um total de 8 aplicações de Dmab, por um período de
4 semanas (2 aplicações semanais), quando completou a quarta semana os animais do grupo foram submetidos
a extração dentária e depois de 28 dias foram eutanasiados, juntamente com os 6 ratos restantes do grupo
GNDmab. A análise estatística para as variáveis qualitativas foi utilizada o teste exato de Fisher, e para a análise
das variáveis quantitativas foi utilizado One-way ANOVA com post hoc de Tukey. Considerando um nível de
significância de 0,05. Nossos resultados demonstraram uma maior prevalência de osteonecrose histológica no
grupo nos BF’s quando comparado ao grupo do Denosumab, bem como a diminuição do número de vasos foi
mais frequente nos grupos do BFs. Com isso, concluímos que, pela diminuição da angiogênese e pelo aumento
da MRONJ no tecido ósseo, os bisfosfonatos possuem uma maior alteração no mecanismo ósseo.
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