Habilidade de cuidado de cuidadores familiares de pacientes em tratamento oncológico e sua relação com a sobrecarga, estresse e coping
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2018-02-28Metadatos
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Este estudo tem como objetivo avaliar a relação da habilidade de cuidado com a
sobrecarga, o estresse e as estratégias de coping do cuidador familiar de pacientes em
tratamento oncológico. Trata-se de um estudo transversal, realizado com 132
cuidadores familiares, com a utilização de questionário demográfico e clínico para os
pacientes, questionário sociodemográfico dos cuidadores e características do cuidado,
da versão brasileira do Caring Ability Inventory, Escala de Sobrecarga de Zarit, Escala
de Estresse Percebido e COPE Breve. As variáveis qualitativas foram apresentadas
pela distribuição de frequências absolutas e relativas, e as variáveis quantitativas, em
medidas de tendência central e variabilidade. Foram realizados a Correlação de
Spearman, o Teste t de Student, Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis, conforme a
distribuição dos dados, ao nível de significância ≤5%. Observou-se prevalência de
pacientes homens, idade média de 66,52 anos, com câncer do aparelho digestório e
dependência moderada. A maioria dos cuidadores eram mulheres, com idade média de
48,68 anos, com companheiro, baixa escolaridade, com tempo médio de cuidado de
10,18 meses, que não desempenham trabalho remunerado no momento e contam com
auxílio para o cuidado. Verificou-se nível médio de habilidade total (67,42%) e nas
dimensões conhecimento (65,91%), coragem (68,94%) e paciência (75,76%). Quanto à
sobrecarga, 49,2% apresentaram sobrecarga leve a moderada. A maioria dos
cuidadores apresentou nível médio de estresse (46,21%) e estratégias de coping
focadas no problema. Dentre as associações estabelecidas, a habilidade de cuidado
total se associou de maneira significativa com a idade do paciente, escolaridade e
situação conjugal do cuidador, sobrecarga no fator relação interpessoal, estresse,
coping focado no problema e coping desadaptativo focado na emoção. A dimensão
conhecimento demonstrou associação com o estresse, coping focado no problema e
adaptativo focado na emoção. Na dimensão coragem, observou-se associação
significativa com a idade do paciente, escolaridade do cuidador, sobrecarga nos fatores
de percepção de auto eficácia e relação interpessoal, estresse e coping desadaptativo
focado na emoção. A dimensão paciência associou-se com a idade dos pacientes,
escolaridade e situação conjugal do cuidador e tempo de cuidado. Foi observada
associação significativa da sobrecarga com o grau de dependência do paciente, idade
do cuidador e auxílio de terceiros para o cuidado. Conclui-se que existe associação
entre a habilidade de cuidado e as características clínicas dos pacientes em tratamento
oncológico, características sociodemográficas dos cuidadores, características do
cuidado por eles prestado, sobrecarga, estresse e coping dos cuidadores familiares.
Destaca-se que a promoção de apoio e orientação dispensada pelos profissionais da
enfermagem, com vistas a preparar os cuidadores familiares para o cuidado no
domicílio poderá contribuir para minimizar a ocorrência de sobrecarga e estresse, bem
como proporcionar a adoção de estratégias de enfrentamento eficazes, de modo que
esses fatores não interfiram negativamente na sua habilidade para o cuidado.
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