Relatos de um viajante: investigações em torno do processo de construção da história de língua e de sujeito gaúcho
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Data
2014-02-28Primeiro membro da banca
Cervo, Larissa Montagner
Segundo membro da banca
Silva, Mariza Vieira da
Terceiro membro da banca
Paim, Zélia Maria Viana
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O presente trabalho tem como objetivo propor uma reflexão acerca da constituição da
língua e do sujeito gaúcho na história a partir do discurso de Auguste de Saint-Hilaire em Via-
gem ao Rio Grande do Sul (1887), levando em conta o homem na sua história e considerando
os processos e as condições de produção dos relatos. Dessa forma, a questão de pesquisa que
orienta este estudo é: Como se constitui o discurso sobre a língua e sobre o sujeito gaúcho
em Viagem ao Rio Grande do Sul? A fim de respondê-la, mobilizamos as noções de língua e
sujeito da perspectiva discursivista, investigando como se realizam os processos de paráfrase
e polissemia (Cf. ORLANDI, 2007a), procurando explicitar o movimento dos sentidos pre-
sentes nas descrições do discurso sobre a língua e sobre o gaúcho e ainda observar como o
discurso da civilização atravessa os relatos de Saint-Hilaire, sobrepondo a língua do civilizado
à do não-civilizado. Para tanto, seguimos os pressupostos teóricos da Análise de Discurso de
linha francesa, fundada por Michel Pêcheux, e da História das Ideias Linguísticas, representa-
da por Sylvain Auroux, ambas desenvolvidas no Brasil principalmente por Eni Orlandi e José
Horta Nunes. O corpus deste trabalho é resultado de uma seleção que atendeu a critérios de
inscrição em situações diferentes (circustancialização) ao longo do relato, mas sempre levan-
do em conta o discurso sobre a língua e sobre o sujeito. Após as análises, foi possível consta-
tar que os relatos guardam um discurso do viajante que vive em constante tensão com a lín-
gua, a qual concebemos como língua partida (Cf. MEDEIROS; PETRI; 2013 a). Se há uma
língua heterogênea, há também um sujeito heterogêneo, que ora é civilizado, ora é não-
civilizado. E assim significam língua e sujeitos, heterogêneos; do mesmo modo como língua,
sujeito e sentidos encontram-se em movência constante.
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