Fatores e indicadores críticos para o adoecimento no magistério superior
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Data
2015-01-14Autor
Hoffmann, Celina Franco
Primeiro membro da banca
Vicini, Lorena
Segundo membro da banca
Traverso, Luciana Davi
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O contexto de trabalho do docente do magistério superior é complexo e multidimensional, no
qual coexistem demandas permeadas por dimensões de cunho social, político e econômico. A
reconfiguração do mundo do trabalho permeada pelas mudanças trazidas pela globalização e
revolução informacional tem gerado ampla discussão a cerca da intensificação do trabalho
intelectual, que levam a um novo paradigma de produção e consumo do conhecimento.
Pesquisas recentes têm associado questões sobre a precarização do trabalho e a cultura do
produtivismo como fatores preponderantes para o adoecimento no âmbito do magistério
superior. No entanto, faltam estudos que tratem da tríade trabalho/saúde/doença que
investiguem realidades entre cenários distintos, em termos de legislação, cultura, e economia,
como de um país emergente como o Brasil e outro desenvolvido como Portugal. Diante disso,
a presente dissertação tem como objetivo analisar os indicadores críticos de adoecimento nas
dimensões do trabalho do magistério superior nos contextos de uma IES brasileira (UFSM) e
outra portuguesa (ULISBOA). Esta pesquisa pode ser classificada como estudo de caso
explanatório, cuja estratégia de pesquisa é de caráter comparativo. A coleta de dados ocorreu
por meio da ferramenta disponibilizada pelo google drive, que permitiu o envio do
questionário diretamente aos docentes pertencentes à UFSM e ULISBOA. Além dos dados
relacionados ao perfil social e profissional foram aplicadas as escalas pertencentes ao
inventário sobre trabalho e riscos de adoecimento ITRA. Foram obtidos 326 questionários
respondidos, sendo 251 de docentes da UFSM e 75 de docentes da ULISBOA. Os resultados
surpreendem, na medida em que refletem um cenário que mescla elementos semelhantes às
duas universidades, dentre eles destaca-se a avaliação em nível grave do fator correspondente
ao custo cognitivo, o que leva a crer que, em ambos os contextos, a sobrecarga cognitiva dada
pela intensificação do trabalho transcende os aspectos localmente contextualizados. E, ao
mesmo tempo, os resultados denotam realidade mais desfavorável aos docentes participantes
da ULISBOA, devido às avaliações em nível crítico ou grave dada à maioria dos fatores. No
que condiz às análises referentes à UFSM, destaca-se a existência de considerável
discrepância entre homens e mulheres, no que se refere às percepções dos fatores relacionados
ao trabalho mensurados pelo ITRA, sendo o fator gênero preponderante para as diferenças
apontadas com realidade desfavorável às mulheres.
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