Comercialização informal de queijo colonial no município de Santa Maria/RS: do consumidor à regulamentação
Fecha
2020-02-28Primeiro membro da banca
Guimarães, Gisele Martins
Segundo membro da banca
Breitenbach, Raquel
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Mostrar el registro completo del ítemResumen
Na região sul do Brasil, a maioria dos queijos artesanais produzidos é do tipo colonial.
Comercializado em feiras do município de Santa Maria, o queijo colonial (QC) é, por um lado,
apreciado pelos consumidores e, por outro, pauta de discussão sobre a qualidade sanitária e
informalidade do processo produtivo. Deste cenário, emerge esta dissertação que tem dois
objetivos centrais divididos em formato de artigos. O primeiro, busca entender as motivações
dos consumidores de queijo colonial que sustentam a informalidade e compreender quais as
regras (formais ou informais) que permeiam e legitimam as interações entre consumidores e
produtores em três feiras do município de Santa Maria/RS. Este estudo tem caráter descritivo,
exploratório e de abordagem quantitativa com aplicação de questionário à 111 consumidores
no município. Os dados foram submetidos à testes não paramétricos e análises estatísticas
univariadas, utilizando o software PSPP com significância menor ou igual (≤) a 0,05 no teste
qui-quadrado. Foram verificadas correlações nos três grupos de variáveis estudadas: aspectos
culturais e crenças; aspectos culturais e legislação sanitária; e, crenças e legislação sanitária.
Ao fim, confirma-se a hipótese de que apesar do esforço do Estado em regular a
comercialização de QC, a informalidade persiste porque o produtor encontra respaldo na
tradição de consumo, com predominância das regras do ambiente informal. O segundo artigo,
objetiva identificar a institucionalização do selo ARTE no município de Santa Maria/Rio
Grande do Sul compreendendo as articulações para implantação do Decreto nº 9.918/19. A
metodologia utilizada envolveu revisão bibliográfica (focada na Teoria Institucional e seus
pilares) e pesquisa de campo, com entrevista semiestruturada à informantes qualificados
(técnicos da EMATER/RS–ASCAR e fiscais agropecuários do Estado e do Município).
Constata-se que, na fase inicial, o processo está sob os pilares regulativo e cultural cognitivo,
expresso pela nova política pública, que coordenará as ações dos indivíduos e estabelecerá
regras para regular as ações futuras e pela forma como os indivíduos interpretam e reagem à
implantação do Selo ARTE, questionando seu caráter inovador, respectivamente. Sobre ela,
incide a pressão isomórfica coercitiva representada pela regulamentação governamental do Selo
ARTE. Na fase de habitualização, identifica-se os pilares normativo e cultural cognitivo, devido
à resistência dos órgãos de fiscalização quanto às funções orientativas e educativas e observase que os pilares normativo e cultural cognitivo estão sob a pressão do isomorfismo normativo.
Na etapa de objetificação, foram identificados os pilares regulativo e o cultural cognitivo
(considerando a determinação das Boas Práticas Agropecuárias ou de Fabricação) e a incidência
dos isomorfismos normativo e mimético. O processo de sedimentação não foi abordado neste
caso devido ao Selo ARTE encontrar-se em fase de elaboração de instruções normativas. Por
fim, foi possível perceber que o Selo ARTE está em processo de institucionalização no local de
estudo, carecendo de metodologias adequadas para a efetiva implantação.
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