Desenvolvimento de nanocápsulas para a liberação controlada de crisina: avaliação da atividade antioxidante e da citotoxicidade in vitro
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Data
2015-09-25Primeiro membro da banca
Ourique, Aline Ferreira
Segundo membro da banca
Silva, Cristiane de Bona da
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A crisina (5,7-dihidroxiflavona) é um flavonoide pertecente à classe das flavonas, o qual possui atividade antioxidante e antitumoral. No entanto, apresenta uma baixa solubilidade e, consequentemente, sua biodisponibilidade no organismo é baixa, limitando a aplicação no campo farmacêutico. Dessa forma, nanocápsulas são alternativas para veicular esta substância ativa. Este trabalho objetivou o desenvolvimento de nanocápsulas contendo crisina (0,3 e 0,75 mg/mL), utilizando a etilcelulose e os óleos de amedoim, coco ou triglicerídeos de cadeia média (TCM), a fim de avaliar a atividade antioxidante pelo método do DPPH, citotoxicidade in vitro em células normais (fibroblastos - 3T3) e tumorais (câncer de mama - MCF-7; melanoma -SK-MEL-28), tendo em vista as suas potencialidades terapêuticas. As suspensões de nanocápsulas (0,75 mg/mL) também foram liofilizadas, empregando trealose a 10 % (p/v) como crioprotetor. Conforme os resultados, foi possível a preparação de nanocápsulas contendo crisina com características físico-química adequadas e alta eficiência de encapsulamento. As formulações contendo 0,3 mg/mL ou 0,75 mg/mL de crisina foram estáveis durante 30 dias ou 50 dias, respectivamente, quanto ao diâmetro médio de partículas e podispersão (PdI). Entretanto, o teor de crisina diminuiu após 30 dias. Todas as formulações mostraram liberação controlada da crisina em comparação ao flavonoide livre, em tampão acetato pH 5,0: etanol (70:30). As suspensões de nanocápsulas aumentaram a atividade antioxidante da crisina na seguinte ordem: óleo de amendoim, óleo de coco e TCM. Na avaliação in vitro da citotoxicidade, todas as suspensões de nanocápsulas não apresentaram citotoxicidade em células de fibroblastos, preparadas com ou sem crisina. As nanocápsulas contendo crisina apresentaram atividade antiproliferativa em células de câncer de mama e melanoma, de maneira dose-dependente e com influência do tipo de ensaio (MTT ou NRU), havendo diferença entre os possíveis mecanismos de toxicidade. Nas células de câncer de mama, sugere-se um efeito inicial sobre a atividade metabólica e mitocondrial da célula e, em um segundo momento, na integridade de membrana e atividade lisossomal. Já para as células de melanoma, o contrário foi observado. As nanocápsulas sem crisina também foram citotóxicas para as células tumorais, dependendo da concentração avaliada e do ensaio final. Além disso, foi possível a obtenção de produtos secos redispersíveis a partir da liofilização das suspensões de nanocápsulas. A análise por microscopia eletrônica demonstrou a presença de estruturas coloidais esféricas após a liofilização. Os produtos secos apresentaram teor de crisina estável durante os 50 dias de estudo. Considerando esses resultados, as nanocápsulas de etilcelulose contendo crisina são interessantes sistemas carreadores intermediários, tendo em vista futuros tratamentos, em função de suas atividades antioxidantes e antiproliferativas.
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