Reposicionamento dos antidepressivos e avaliação da atividade antibacteriana e de nuclease química in vitro de oxalato de escitalopram e clonazepam
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Data
2019-08-22Primeiro membro da banca
Ramos, Daniela Fernandes
Segundo membro da banca
Cóser, Virgínia Maria
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A emergência da multirresistência aos antimicrobianos disponíveis comercialmente na
atualidade é provavelmente e continuará a ser um dos grandes problemas de saúde pública
mundial, dado que apresenta consequências clínicas e econômicas preocupantes.
Concomitante ao aumento das infecções ocasionadas por microrganismos resistentes a
múltiplas drogas (MDR) ocorreu uma redução drástica de novos antibacterianos no mercado,
bem como, investimentos para sua criação. Além da resistência aos antimicrobianos, a
resistência aos medicamentos antitumorais também já é uma realidade. Assim, é essencial a
pesquisa de novas substâncias e/ou compostos que apresentem atividade antibacteriana e/ou
antitumoral. Com isso, o reposicionamento de fármacos surgiu como uma abordagem
alternativa para a identificação mais rápida de medicamentos eficazes. Nesse sentido, o
presente estudo objetivou, no primeiro artigo, apresentar à comunidade científica a pesquisa
atual do reposicionamento de antidepressivos para o tratamento de infecções ocasionadas por
microrganismos. No segundo manuscrito, analisou-se a atividade antibacteriana individual e
em combinação com antibacterianos dos não-antibióticos oxalato de escitalopram e
clonazepam frente a cepas padrão e isolados clínicos multirresistentes. Além disso, foi
analisada a capacidade de nuclease química desses medicamentos. No primeiro artigo,
relatamos que medicamentos antidepressivos, destacando a classe dos inibidores seletivos da
recaptação da serotonina (ISRSs), apresentam atividade significativa contra vários
microrganismos. Foram apresentados 14 estudos abrangendo o reposicionamento de
medicamentos antidepressivos para tratamento de infecções. Dentre os antidepressivos, foi
citado o oxalato de escitalopram com atividade relatada in vitro frente a cepas bacterianas
padrão. No segundo manuscrito, relatamos a atividade antibacteriana e de nuclease química
dos medicamentos oxalato de escitalopram e clonazepam. O primeiro foi ativo frente a uma
cepa padrão Gram-negativa e oito isolados clínicos MDR Gram-positivos. O segundo
medicamento apresentou atividade tanto frente a Gram-positivas quanto a Gram-negativas,
sendo quatro cepas padrão Gram-positivas e todos os isolados clínicos MDR Gram-positivos
e Gram-negativos. Oxalato de escitalopram e clonazepam apresentaram atividade in vitro
quando associados, individualmente, com ciprofloxacino e sulfametoxazol-trimetoprima
frente a cepas-padrão e isolados clínicos MDR Gram-positivos. O clonazepam também foi
ativo frente a uma bactéria Gram-negativa. Clonazepam foi capaz de clivar o DNA
plasmidial. Mais estudos devem ser realizados pelo nosso grupo de pesquisa, com objetivo de
verificar a atividade do clonazepam frente a linhagens celulares tumorais. Portanto, nesse
trabalho evidenciamos que estes dois medicamentos constituem uma alternativa promissora
ao redirecionamento no tratamento de doenças infecciosas e também para neoplasias. São
necessários estudos adicionais, utilizando diferentes técnicas, para a elucidação dos
mecanismos de ação envolvidos.
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