Fatores associados ao absenteísmo-doença de trabalhadores da saúde hospitalares
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Data
2019-11-08Primeiro membro da banca
Silva, Rosângela Marion da
Segundo membro da banca
Brum, Liliani Mathias
Metadata
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As concepções do trabalho atualmente são influenciadas por contextos econômicos, sociais e culturais, levando a uma necessidade de compreensão do papel exercido pelo trabalho no processo saúde-doença, visto a influência deste na vida dos trabalhadores. Os trabalhadores da saúde, nesse contexto, encontram-se entre os mais propensos ao adoecimento e consequente abstenção ao trabalho, devido a uma série de fatores associados. Assim, este estudo teve como objetivo investigar fatores associados ao absenteísmo-doença de trabalhadores hospitalares trazendo como questão norteadora: “Quais os fatores associados ao absenteísmo-doença de trabalhadores da saúde em ambiente hospitalar, o perfil e índice desses afastamentos bem como o impacto nos custos em saúde?”. Trata-se de um estudo quantitativo, observacional realizado com base nos dados do Serviço de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho do Hospital Universitário de Santa Maria. Foram incluídos neste estudo 559 trabalhadores da saúde da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, admitidos a partir de setembro de 2014 e que tivessem completado ao menos 1 (um) ano de atividade no referido hospital. Foram coletadas variáveis sociodemográficas, laborais, de saúde e exames laboratoriais admissionais e periódicos. Empregou-se análise estatística dos dados por meio da análise descritiva, teste T, WilCoxon, Qui2 e regressão logística. Os resultados obtidos demonstraram um índice de absenteísmo-doença de 2,01% no primeiro ano após admissão e de 2,32% no período de 4 anos, com um custo de R$ 2.328.498,26 em quatro anos. Observou-se também um aumento nos valores dos eritrócitos, VCM, HCM, RDW, eosinófilos, colesterol e HDL em um ano desde a admissão. Os eritrócitos aumentam o risco de afastamento em 1,96 vezes (IC 95%= 1,28 - 3,01); os triglicerídeos reduzem o risco em 0,66 (IC 95%= 0,41 - 1,07) e o LDL reduz o risco em 0,65 vezes (IC 95%= 0,43 - 1,00). Desta forma, conclui-se que, para que se alcance um completo estado de saúde tanto na vida pessoal quanto laboral, torna-se necessário compreender não somente os determinantes sociais, econômicos, organizacionais, mas também individuais de cada trabalhador, responsáveis pela qualidade de vida e saúde deles. As ações de promoção à saúde e prevenção da qualidade de vida do trabalhador devem ter como objetivo principal mudanças nos processos de trabalho e que contemplem as relações trabalho-saúde em toda a sua dimensão. Portanto, a principal contribuição deste trabalho consiste em proporcionar subsídios para ações de prevenção e promoção à saúde destes trabalhadores bem como redução nos gastos em saúde decorrentes dos afastamentos dos mesmos, servindo como um exame de rastreio simples a partir de dados já conhecidos e que poderiam mudar o prognóstico e índice de falta, sem adicionar custos ao sistema de saúde.
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