Tradição e relativismo moral em Alasdair Macintyre
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Data
2015-12-09Primeiro membro da banca
Gallina, Albertinho Luiz
Segundo membro da banca
Rossatto, Noeli Dutra
Terceiro membro da banca
Carvalho, Helder Buenos Aires de
Quarto membro da banca
Corá, Elsio José
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Alasdair MacIntyre é um filósofo escocês radicado nos EUA. Sua projeção começa a
partir da década de oitenta, após a publicação de After Virtue. A primeira parte dessa obra se
centra na crítica ao projeto do Iluminismo, o qual se caracteriza pela busca em dar à
moralidade uma justificação racional e universal, livre de influências teleológicas e
independentes das tradições. MacIntyre procura desenvolver uma teoria ética resgatando o
conceito clássico de virtude, mas adequando-o ao modo de vida contemporâneo. Para elaborar
esse conceito unitário de virtude, ele faz um estudo da moralidade presente desde as
sociedades homéricas até o mundo medieval. Desse estudo, o resultado é um conceito de
virtude que se articula por uma determinada noção de prática, de unidade narrativa da vida
humana e a de tradição moral. MacIntyre rejeita uma abordagem puramente formal em
relação à moralidade. Mais especificamente, ele rejeita a tentativa de transcender as
particularidades da história, da língua e da cultura para se chegar a uma perspectiva impessoal
para fazer julgamentos morais. MacIntyre, portanto, sustenta que a única base viável para o
discurso moral são as circunstâncias sociais e práticas da vida cotidiana. Nesse conceito
unitário de virtude, ganha relevo o entendimento de MacIntyre sobre tradição. Para ele,
tradição não é a antítese da razão ou algo obsoleto. Muito pelo contrário: é um argumento
historicamente estendido e socialmente encarnado, que molda a identidade de uma pessoa e
de um povo. Além disso, as tradições são movimentos históricos e dialéticos nos quais são
formulados e reformulados princípios que servem como esquemas conceituais, prescrições
para intepretação que orientam a ação de seus adeptos. Assim, tradições representam uma
concepção de investigação que resulta na elaboração de um modo de vida social e moral, ou
seja, elas fornecem uma concepção de racionalidade que MacIntyre denomina de
racionalidade narrativa. Essa racionalidade é constituída pela tradição e dela constitutiva:
desde que aprendemos a julgar verdade e falsidade através dos recursos da tradição em que
somos formados, MacIntyre diz que a racionalidade é constituída pela tradição; e desde que
usamos nossa racionalidade para nos envolver no mundo, e esse envolvimento possa trazer
descobertas que nos forçam a alterar os recursos racionais de nossas tradições, a racionalidade
é constitutiva da tradição. É por meio dessa concepção de racionalidade que MacIntyre avalia
superar tanto a objeção perspectivista quanto a relativista que lhe é imputado por alguns de
seus críticos.
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