Mulheres no Brasil: análise das determinações salariais e da pobreza multidimensional no ano de 2015
Fecha
2020-07-10Primeiro membro da banca
Pauli, Rita Inês Paetzhold
Segundo membro da banca
Marin , Solange Regina
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Mostrar el registro completo del ítemResumen
As discussões de questões relacionadas ao gênero tomam o cenário global há décadas. Contudo,
mesmo com os avanços no sentido da equidade entre homens e mulheres, ainda se tem muito a
conquistar para que as mulheres tenham condições sociais, econômicas e políticas para viver
com dignidade e qualidade de vida. Com o intuito de contribuir para os avanços dos debates de
gênero no cenário brasileiro, este estudo tem por objetivo principal compreender de que forma
as condições às quais as mulheres estão submetidas no Brasil influenciam na determinação de
seus salários, bem como - numa perspectiva multidimensional - entender a situação de pobreza
feminina brasileira. Para tal, a pesquisa está formalizada através da redação de dois artigos
científicos complementares, um que versa sobre as determinações salariais das mulheres no
Brasil e o segundo que aborda a pobreza feminina a partir de uma análise multidimensional. O
recorte temporal escolhido para a análise é o ano de 2015, considerando a disponibilidades de
dados da PNAD. Foram utilizados como instrumentais metodológicos: i) um modelo
econométrico do tipo cross section, denominado Mínimos Quadrados Ordinários (MQO), para
analisar as variáveis que impactam na determinação salarial das mulheres; e ii) o método Alkire-
Foster, que possibilita que o fenômeno da pobreza seja analisado de forma multidimensional,
para além dos termos monetários. Como principais influentes na determinação salarial das
mulheres no Brasil, os resultados evidenciaram que a cor da pele, a contribuição à previdência,
a área de moradia, possuir carteira assinada, ser mãe e o estado civil foram as variáveis
analisadas que mais impactaram na formação dos salários das mulheres. Os resultados
econométricos indicaram que as mulheres não-brancas recebem remunerações salariais 28,7%
menores que as das mulheres brancas, evidenciando a forte presença da discriminação
relacionada à cor da pele no Brasil. Ademais, 13,63% das mulheres brasileiras analisadas foram
consideradas multidimensionalmente pobres, tendo a região Nordeste como a maior proporção
de mulheres pobres e com maior nível de privações e, em contrapartida, a região sudeste com
a menor proporção. No Brasil, as mulheres são mais privadas no quesito anos de estudo,
evidenciando que 63% das mulheres analisadas não completaram 11 anos de estudo (ensino
médio completo). Por conseguinte, o trabalho doméstico mostrou-se como o segundo indicador
que as mulheres mais sofrem privações, abrangendo 45% das mulheres analisadas, cujas
dedicam-se mais de 16 horas por semana aos afazeres domésticos. Em contrapartida, o acesso
à iluminação é o indicador que as mulheres são menos privadas, apresentando um percentual
de privações de apenas 0,3%, seguido do indicador material de casa (paredes) com 1,2% de
mulheres privadas, evidenciando o sucesso de alguns programas sociais do governo federal. No
mais, a dissertação evidenciou a necessidade de políticas públicas que incidam nas
vulnerabilidades que as mulheres sofrem na sociedade brasileira, em todos os âmbitos.
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