Análise das taxas de acidentes de trabalho e fatores de risco associados aos óbitos no Rio Grande do Sul
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Date
2020-03-06Primeiro membro da banca
Silva, Wesley Vieira da
Segundo membro da banca
Veiga, Claudimar Pereira da
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A ocorrência de Acidentes de trabalho é diária, porém grande parte não é registrada por diversos
motivos, gerando danos significativos à saúde do trabalhador e, por consequência, influencia na
produtividade das empresas e indústrias. Os acidentes e óbitos são indicativos das condições de
trabalho e dos fatores de risco associados, e relatam a precariedade do sistema de fiscalização
em relação à saúde e segurança do trabalhador. Foi realizada uma revisão sistemática de
literatura, com busca de periódicos nas bases Web of Science e Scopus e aplicadas as técnicas
de análise infométricas, com o objetivo de buscar evidências a partir do estado da arte sobre a
relação entre atividade econômica e acidentes de trabalho. Foi realizado ainda, um estudo das
taxas de acidentes e óbitos por acidentes de trabalho no estado do Rio Grande do Sul, entre 2011
e 2018, identificando fatores de risco associados, por meio de modelos de Regressão Logística,
e um estudo da evolução dessas taxas e da correlação com variáveis socioeconômicas. As
análises evidenciaram que atividades desenvolvidas em determinados setores, possuem maior
risco de resultar em acidentes, devido à particularidades de cada ofício. O setor de atividade que
registrou o maior número de acidentes foi o de atendimento hospitalar, especificamente os
técnicos de enfermagem e o maior número de óbitos foi a profissão motorista de caminhão. Os
resultados indicam também que, ser homem, com idade entre 34 e 59 anos, viúvo, separado ou
divorciado, que não seja comerciário, possui maior risco de vir a óbito por consequência de um
acidente laboral. Ainda, um acidente gerado por agentes químicos ou físicos, causados por
máquinas ou veículos, assim como ferimentos na cabeça/pescoço ou tronco, tem maiores
chances de resultar em óbito. Não foram identificadas correlações significativas com as variáveis
socioeconômicas, assim como, não houve evolução significativa nas taxas de acidentes e óbitos.
Cabe destacar ainda, o número elevado de subnotificação e sub-registro das informações, seja
no que se refere a informações locais, estado do Rio Grande do Sul e Brasil, ou internacionais,
salientando que este é o principal empecilho para se obter estatísticas confiáveis. Assim, apontase
a necessidade de melhorar as estatísticas oficiais, de modo que se obtenha informações mais
precisas em relação a situação dos acidentes e óbitos, para que se possa tomar medidas eficazes
não apenas pelo poder público, mas também pelos empregadores como forma de mitigar as
ocorrências. A partir dos resultados alcançados foi possível identificar um cenário sobre a
ocorrência de acidentes e óbitos associados ao trabalho no Rio Grande do Sul, podendo ser
usado para aprofundar os estudos na área, bem como no direcionamento das ações de melhorias
em relação à saúde e segurança ocupacional, dando ênfase às áreas e a população que
apresentam maior vulnerabilidade.
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