Envolvimento do receptor de potencial transitório de anquirina 1 na nocicepção e inflamação induzida pela radiação ultravioleta B em camundongos
Fecha
2019-08-09Primeiro membro da banca
Segatto, Ana Lúcia Anversa
Segundo membro da banca
Wilhelm, Ethel Antunes
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
As lesões por queimaduras causam impactos psicológicos e econômicos, uma vez que são caracterizadas por causar lesões debilitantes e ao longo da vida, proporcionam efeitos clínicos dramáticos. Essas lesões podem ser causadas por vários fatores, como substâncias químicas, fogo, escaldadura, contato com superfícies quentes ou radiação ultravioleta (UV). A exposição à radiação ultravioleta B (UVB) promove queimaduras solares e, portanto, processos inflamatórios agudos e crônicos que contribuem para o desenvolvimento e manutenção da dor. Os tratamentos farmacológicos contra queimaduras solares atualmente disponíveis são usados para aliviar o desconforto nos pacientes (dor e inflamação). No entanto, essas terapias estão associadas a efeitos adversos que limitam seu uso. Por esse motivo, é relevante identificar novos alvos moleculares para o tratamento de condições de dor inflamatória, incluindo as queimaduras solares. Um alvo terapêutico potencial é o receptor de potencial transitório do tipo anquirina 1 (TRPA1), o qual está envolvido em uma variedade de modelos de dor inflamatória. O canal TRPA1 é ativado por compostos irritantes exógenos, influxo de Ca2+ extracelular e várias moléculas oxidantes endógenas que são produzidas durante a lesão e a inflamação tecidual, como as induzidas por radiação UV. Com isso, avaliou-se a participação periférica do TRPA1 utilizando um tratamento tópico contendo HC030031 0,05% (um antagonista seletivo TRPA1) na nocicepção e inflamação causada por um modelo de queimadura induzida por radiação UVB em camundongos machos (25-30g) (aprovado pelo CEUA-UFSM sob o protocolo número 2479201217/2018). Os camundongos foram anestesiados e apenas a pata traseira direita foi exposta a radiação UVB durante 21 minutos (0,75 J/cm2). Os tratamentos tópicos com as diferentes formulações géis (gel base, sulfadiazina de prata 1%; controle positivo, HC030031 0,05%) foram aplicados uma vez ao dia durante 8 dias. Os parâmetros nociceptivos (alodinia mecânica e ao frio e hiperalgesia térmica) e inflamatórios (avaliação do edema de pata) foram avaliados durante os 8 dias sempre em 24 h após o tratamento tópico. A infiltração de células inflamatórias foi avaliada pela atividade da enzima mieloperoxidase (MPO) e por análise histológica em 24 h após a radiação UVB. Os níveis de H2O2 (um agonista TRPA1) no tecido plantar irradiado e o influxo de Ca2+ em sinaptossomas da medula espinhal de camundongos foram determinados para avaliar um possível mecanismo de ativação do canal TRPA1 pela radiação UVB. A estabilidade das formulações em gel também foi avaliada. O HC030031 0,05% reduziu a alodinia mecânica e ao frio induzida pela radiação UVB com inibição máxima (Imax) de 69 ± 13% e 100% (4º dia), respectivamente. O HC030031 0,05% também reduziu o edema de pata e a atividade da MPO com Imax 77 ± 6% no 5º dia e 69 ± 28%, respectivamente. A redução da infiltração leucocitária foi confirmada por análise histológica no tecido plantar. A radiação UVB aumentou os níveis de H2O2) e o influxo de Ca2+ nos sinaptossomas da medula espinhal de camundongos. O influxo de Ca2+ induzido pela radiação UVB foi reduzido pelo HC030031. O HC030031 gel apresentou pH e fator de espalhabilidade adequado, garantindo sua qualidade e efeito terapêutico. Nossos resultados confirmam a ativação do canal TRPA1 pela radiação UVB, sugerindo que antagonistas tópicos do TRPA1 podem ser uma nova estratégia para o tratamento ou terapia adjuvante da dor e inflamação associada à queimadura solar.
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