Avaliação do efeito do extrato aquoso de Ilex paraguariensis e cafeína sobre o metabolismo e a doença de Alzheimer em Caenorhabditis elegans
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Data
2020-03-25Primeiro membro da banca
Boeck, Carina Rodrigues
Segundo membro da banca
Charão, Mariele Feiffer
Terceiro membro da banca
Barbosa, Nilda Berenice de Vargas
Quarto membro da banca
Emanuelli, Tatiana
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A Ilex paraguariensis é uma planta amplamente consumida na América do Sul, usada para preparar uma bebida semelhante ao chá, conhecida como mate, rica em cafeína e polifenóis, com múltiplas atividades biológicas, incluindo propriedades antioxidantes, antiobesidade e neuroprotetora. No entanto, estudos sobre as propriedades biológicas de Ilex paraguariensis são restritos e seus efeitos sobre o sistema nervoso central não são bem elucidados. A cafeína é um agente termogênico que atua através do receptor de adenosina e seu consumo está relacionado a um menor risco de neuropatologias associadas à idade. A doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva caracterizada pela presença de placas amiloides no cérebro formada pela deposição de peptídeos β-amiloides insolúveis. Como várias plantas que possuem propriedades antioxidantes são conhecidas por serem neuroprotetoras, e também a cafeína possui propriedades termogênica e neuroprotetora, e o estresse oxidativo se correlaciona com a toxicidade do peptídeo β-amilóide, o presente estudo tem como objetivo investigar os efeitos do tratamento crônico com extrato de Ilex paraguariensis in vivo no metabolismo lipídico e no modelo de toxicidade induzida por βA, e comparar os efeitos deste último com a cafeína usando Caenorhabditis elegans. A modulação do metabolismo da gordura dependente de Ilex paraguariensis em C. elegans foi investigada pela primeira vez. No geral, Ilex paraguariensis diminuiu o armazenamento de lipídeos e aumentou o gasto de energia corporal nos animais. Esses efeitos dependem do sistema purinérgico (ADOR-1) e do receptor nuclear hormonal (NHR-49), um regulador chave da oxidação da gordura. Ilex paraguariensis também aumentou positivamente a expressão da lipase de triglicerídeos dos adipócitos tipo 1 (ATGL-1), para modular o metabolismo da gordura. Após, foram analisados os efeitos neuroprotetores de Ilex paraguariensis e cafeína. Ilex paraguariensis e cafeína aumentaram a sobrevivência de C. elegans e parecem atuar diretamente como sequestrador de espécies reativas de oxigênio, também atrasaram a paralisia induzida pelo peptídeo βA e diminuíram a atividade da enzima AChE em C. elegans. Verificou-se que o efeito protetor de Ilex paraguariensis contra a paralisia induzida pelo peptídeo βA foi depende do fator de choque térmico (HSF-1) e do fator de transcrição da família FOXO (DAF-16), que estão envolvidos respectivamente nos processos relacionados ao envelhecimento e na síntese de chaperonas – responsável pela homeostase proteica; enquanto o da cafeína dependia apenas da DAF-16. Os resultados foram melhores quando C. elegans foi tratado com Ilex paraguariensis do que com cafeína. Devido ao grande número de constituintes no extrato de Ilex paraguariensis, é difícil identificar o composto responsável pelos efeitos benéficos. Interações sinérgicas são importantes em fitomedicamentos, portanto os efeitos do extrato de Ilex paraguariensis podem ser menores quando um único composto é isolado e usado em baixas concentrações, como no caso da cafeína.
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