Neuroproteção do cassis (Ribes nigrum L.) e de sua associação com o Donepezil em modelo de amnésia induzida por escopolamina

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Fecha
2019-12-13Primeiro membro da banca
Andrade, Cinthia Melazzo de
Segundo membro da banca
Stefanello, Francieli Moro
Terceiro membro da banca
Rubin, Maribel Antonello
Quarto membro da banca
Prigol, Marina
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Os déficits de memória que ocorrem com o processo de envelhecimento também podem estar associados com a fisiopatologia de doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer (DA). A DA caracteriza-se pela deterioração progressiva da memória e de outras funções cognitivas, que podem apresentar múltiplos fatores, como o comprometimento da neurotransmissão colinérgica e o excesso de espécies reativas no sistema nervoso central. Além disso, tem sido proposto o envolvimento do sistema purinérgico em diversos processos patológicos como a neurodegeneração. Fármacos inibidores das colinesterases, como o Donepezil (DNPZ), são utilizados no tratamento dos sintomas da DA, contudo, estes apresentam efeitos adversos. O cassis (Ribes nigrum L.) é um fruto com alto teor de compostos bioativos principalmente as antocianinas cianidina e delfinidina, com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e neuroprotetoras. Considerando o exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos neuroprotetores do cassis e de sua associação com o DNPZ sobre o comprometimento cognitivo, a sinalização colinérgica e purinérgica, bem como analisar as respostas anti-inflamatórias e antioxidantes em modelo de amnésia induzida pela administração crônica de escopolamina em camundongos. Camundongos adultos Swiss machos receberam previamente cassis (50 ou 100 mg/kg) ou salina (10 mL/kg) por via oral, uma vez por dia, durante 7 dias. Posteriormente, além do cassis, iniciou-se a administração de DNPZ (5 mg/kg; via oral) e escopolamina (SCO; 1 mg/kg; via i.p.), uma vez ao dia, por mais 21 dias. A SCO foi administrada trinta minutos após o cassis e o DNPZ, para a indução do modelo de amnésia, devido seu efeito antagonista dos receptores muscarínicos da acetilcolina. Esse modelo foi validado pelos testes comportamentais: labirinto em Y, campo aberto, reconhecimento de objetos, labirinto aquático de Morris e esquiva inibitória. O protocolo experimental teve duração total de 28 dias. Os resultados dos testes comportamentais demonstraram que o tratamento com cassis e/ou DNPZ preveniu os déficits de aprendizado e memória induzidos por SCO. Esse modelo causou prejuízos ao sistema colinérgico, aumentando a atividade das enzimas acetilcolinesterase (AChE) e butirilcolinesterase, além de reduzir a expressão da colina acetiltransferase em hipocampo, e aumentar a expressão e a densidade da AChE em córtex cerebral e hipocampo de camundongos. Contudo, o tratamento com cassis e/ou DNPZ preveniu esses efeitos deletérios às enzimas colinérgicas. Além disso, o tratamento com cassis e/ou DNPZ preveniu a diminuição na atividade da NTPDase (ATP e ADP) e o aumento da atividade da adenosina desaminase em sinaptossomas de córtex cerebral, bem como preveniu o aumento da densidade dos receptores P2X7 e A2A em córtex cerebral de camundongos com danos cognitivos induzidos por SCO. O tratamento com cassis e/ou DNPZ também evitou as respostas pró-inflamatórias induzidas por SCO, com a redução da expressão dos marcadores inflamatórios inflamassoma Nod-like receptor protein 3 (NLRP3) e interleucina-1β em córtex cerebral. Ainda, o cassis e/ou DNPZ promoveram efeitos antioxidantes, inibindo os efeitos da SCO sobre a glutationa redutase, a glutationa S-transferase, a glutationa peroxidase e os tiois não-proteicos, além de reduzirem os parâmetros de estresse oxidativo em córtex cerebral e/ou hipocampo. Os resultados obtidos nesse estudo foram semelhantes aos encontrados no tratamento com o medicamento padrão DNPZ. Com base nisso, sugere-se que cassis e/ou DNPZ exerceram efeitos anti-amnésicos através da modulação do sistema colinérgico e purinérgico, prevenindo as respostas pró-inflamatórias e o estresse oxidativo. Portanto, o cassis pode ser considerado um promissor agentes terapêuticos na prevenção dos déficits de memória.
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