A judicialização do acesso a medicamentos no âmbito de uma Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul

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Data
2020-08-03Primeiro membro da banca
Werlang, Maria Cristina
Segundo membro da banca
Lencina, Claiton Leoneti
Terceiro membro da banca
Dall’Agnol, Marinel Mor
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Grande parte da demanda de ações judiciais relacionadas ao direito à saúde, contra os poderes públicos, concentra-se nos processos judiciais de cidadãos reivindicando o fornecimento de medicamentos. A judicialização do acesso a medicamentos têm sido um desafio para a gestão da assistência farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) devido às fragilidades das políticas sociais e econômicas no Brasil. Buscou-se descrever os municípios estudados quanto aos processos judiciais deferidos de medicamentos de uma região, caracterizar estes processos quanto ao número e origem e classificar os medicamentos judicializados por estes municípios quanto a sua classificação terapêutica e aos componentes da Assistência Farmacêutica (AF). Esse estudo tem o objetivo de propor ações em nível local e regional que resultem no aprimoramento da gestão de medicamentos e na diminuição de processos contra o Estado, tendo em vista a importância financeira, clínica e em termos de segurança no uso dos medicamentos, que a judicialização representa. Foi realizado um estudo observacional ecológico, analisando 7.492 processos judiciais. As unidades de análise foram os municípios que compõem a Coordenadoria, tendo como fator de estudo os processos judiciais deferidos de medicamentos encaminhados por usuários e, como principal desfecho, os medicamentos judicializados agrupados nos componentes da Assistência Farmacêutica (AF).Obteve-se que 73,6% (n=5441) dos medicamentos judicializados são “fora de lista”, mas observou-se um aumento na judicialização de medicamentos pertencentes a todos os componentes da AF no período entre 2014 e 2018. As classes de medicamentos mais encontradas nos processos foram aqueles utilizados para o sistema nervoso 26% (N=283), cardiovasculares 18% (N=200) e para o trato digestivo e metabolismo 16% (N=177). Os dados demonstraram uma quantidade elevada de medicamentos fornecidos pela via judicial, bem como viabilizaram um retorno aos municípios estudados de quais medicamentos estão sendo buscados junto ao judiciário. Espera-se com este trabalho contribuir para o planejamento de ações mais eficazes com intuito de reduzir a judicialização no âmbito municipal e regional.
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