Taxonomia e biologia populacional de duas espécies simpátricas de Hyalella (Crustacea, Amphipoda, Hyalellidae)
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Data
2020-02-18Primeiro coorientador
Castiglioni, Daniela da Silva
Primeiro membro da banca
Santos, Sandro
Segundo membro da banca
Souza Filho, Jesser Fidelis
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Os anfípodos de água doce do gênero Hyalella são típicos das águas continentais americanas
e apresentam altos níveis de endemicidade. No Brasil, o estado do Rio Grande do Sul
apresenta a maior diversidade de espécies para o gênero conhecida até o momento. Este
trabalho descreve uma nova espécie, Hyalella sp. nov., que ocorre em simpatria com H.
gauchensis numa nascente do município de Palmeira das Missões, sul do Brasil. Em Hyalella
sp. nov. observou-se os seguintes caracteres: antena 2 com comprimento que abrange mais
da metade do tamanho corpóreo total, gnatopodo 2 apresenta palma irregular com propodo
alongado, ramo interno do uropodo 1 do macho com ausência da seta curva apicalmente,
pedúnculo do uropodo 3 com sete setas cuspidadas distais fortes com setas acessórias e ramo
com dez setas cuspidadas e com setas acessórias. Hyalella sp. nov. ocorre em simpatria com
H. gauchensis, mas estas diferem especialmente em forma e tamanho do gnatopodo 2,
presença de seta curva no urópodo 1 dos machos em H. gauchensis e ausência em Hyalella
sp. nov., comprimento da antena (maior em Hyalella sp. nov.) e número de setas cuspidadas
nos urópodos 1, 2 e 3. A partir deste trabalho, o número de espécies de Hyalella encontradas
no Brasil é de 29 e 13 para o estado do Rio Grande do Sul. Além da descrição taxonômica,
neste trabalho foram analisadas a dinâmica populacional e aspectos reprodutivos de dois
morfotipos de Hyalella (Hyalella gauchensis e Hyalella sp. nov.) que vivem em simpatria
em uma nascente encontrada na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. As
coletas foram realizadas no período 12 meses (abril de 2018 a março de 2019) com duração
de 10 minutos por coleta com puçá por uma pessoa e transportadas ao laboratório. Todos os
indivíduos amostrados foram sexados, mensurados e separados por classes de tamanho de
comprimento de cefalotórax (CC) durante todos os meses. Ambas as espécies apresentaram
distribuição bimodal na maioria das estações do ano, exceto as fêmeas de H. gauchensis que
apresentaram distribuição polimodal. A espécie H. gauchensis apresentou maior abundância
e comprimento médio do cefalotórax superior quando comparada com Hyalella. sp. nov. Em
ambas as espécies os machos apresentaram maior tamanho corpóreo (CC) do que as fêmeas,
embora ocorram em menor número. Tanto H. gauchensis quanto Hyalella. sp. nov. tiveram
seu pico reprodutivo e de recrutamento durante as estações mais frias do ano (inverno e
outono, respectivamente), indicando que a separação temporal destes comportamentos entre
as duas populações possa evidenciar diferentes estratégias e/ou adaptações evolutivas para a
que as mesmas consigam coexistir.
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