Série hidrológica não estacionária e os riscos e incertezas nas tomadas de decisões no planejamento dos recursos hídricos
Visualizar/ Abrir
Data
2020-01-29Primeiro membro da banca
Foleto, Elaine Maria
Segundo membro da banca
Copetti, André Carlos Cruz
Terceiro membro da banca
Swarowski, Alexandre
Quarto membro da banca
Bugs, Cristhian Augusto
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O planejamento hídrico tem por objetivo garantir, em quantidade e qualidade, a água para as atuais e
futuras gerações. No entanto, devido a diversas modificações ambientais, no uso do solo, além de
mudanças climáticas globais, tornou-se impossível assumir uma condição estacionária das séries
hidrológicas. As séries hidrológicas, princípio basilar do planejamento hídrico, tem por premissa as
implícitas hipóteses de aleatoriedade, independência, homogeneidade. Com tais modificações, a
estacionariedade, noção de que os fenômenos naturais circulam em um processo fixo de incerteza, pode
não existir mais. Ou seja, a base mais fundamental da estatística preditiva pode ter suas bases solapadas.
Porém, modelos hidrológicos determinísticos e pressupostos estacionários são amplamente aplicados
em projetos, planos, instrumentos, vazão de referência, sem a utilização de sensíveis métodos de
detecção da não estacionariedade. Perante tal, o objetivo geral norteador deste trabalho foi avaliar as
incertezas e riscos da não estacionariedade no planejamento do uso dos recursos hídricos e avaliar a
distribuição de segmentos estacionários da série temporal não estacionária. O software R foi utilizado
para a realização de testes estatísticos e, para segmentações, utilizou-se como ferramenta a análise de
ondaletas, este justificado, porque preserva os fenômenos locais, não periódicos e de multiescala,
apropriada para analisar eventos irregulares, mal distribuídos e séries potencialmente não estacionárias
em diferentes frequências. Aplicou-se esta abordagem metodológica na Estação 87440000 – Passo das
Canoas da Bacia Hidrográfica do Rio Gravataí. Ao analisar a distribuição de frequência de segmentos
estacionários nesta série não estacionária, pode-se verificar incertezas de até 70% em estacionariedade
para tendência e de até 80% em estacionariedade para nível. As curvas de permanência de frequência de
excedência dos segmentos estacionários para nível e para tendência demonstraram restrição de até 99%
do tempo. Além do que, foram encontrados períodos máximos de 2 anos para tendência e 3 anos para
nível. Portanto, conclui-se que a utilização de métodos estacionários em bacias com mudanças de uso
do solo e clima tem, por consequência, riscos e incertezas altos, dificultando o gerenciamento. Além
disso, conclui-se que há necessidade de métodos estatísticos mais sensíveis a séries hidrológicas não
estacionarias. O caminho recomendado é o manejo adaptativo condicionado a diminuição no horizonte
de planejamento nas bacias hidrográficas com séries hidrológicas não estacionárias.
Coleções
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: