Óleo essencial de Ocotea lancifolia (schott) mez: influência de diferentes métodos de secagem do material vegetal e avaliação da atividade antifúngica
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Data
2020-01-30Primeiro membro da banca
Rosso, Silviana
Segundo membro da banca
Schmidt, Denise
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As plantas produtoras de óleos essenciais (OEs) são ricas em metabólitos secundários, estes desempenham importante função em suas defesas naturais contra micro-organismos. Entre os micro-organismos que causam perdas econômicas no setor florestal estão os fungos. A espécie Ocotea lancifolia é potencial produtora de OEs, com ampla gama de possíveis bioatividades. A crescente utilização e demanda por OEs, torna necessária a otimização do processamento do material vegetal, para aumentar o rendimento, sem alterar características organolépticas e químicas. Portanto esta dissertação visou determinar o potencial antifúngico do óleo essencial (OE) de O. lancifolia frente a fungos apodrecedores da madeira, e verificar sua ação sobre o conteúdo de ergosterol na membrana plasmática dos fitopatógenos. Adicionalmente, buscou-se avaliar a influência de diferentes métodos de secagem sobre o rendimento, densidade, propriedades organolépticas e composição química dos OEs de folhas de O. lancifolia. Para a determinação do potencial antifúngico do OE, este, diluído em etanol, foi adicionado ao meio nutritivo BDA. O potencial antifúngico foi verificado frente ao fungo causador de podridão-branca Ganoderma applanatum e ao fungo causador de podridão-parda Lentinus lepideus. O OE foi avaliado nas concentrações de 1,0; 1,5; 2,0 e 5,0 μL.mL-1, considerando ainda etanol a 1,0 μL.mL-1 (controle negativo) e propiconazol a 1,0 μL.mL-1 (controle positivo/fungicida comercial). Através da análise da composição química do OE foram identificados como compostos majoritários: óxido de cariofileno (41,46%), -curcumen-15-al (17,05%) e Z-α-trans-Bergamotol (7,52%). Para a atividade antifúngica, os resultados demonstraram que o OE inibiu o crescimento do micélio das duas espécies fúngicas, sendo esta atividade dependente de concentração. O índice de crescimento micelial (ICM) foi afetado significativamente nas concentrações de 1,5; 2,0 e 5,0 μL.mL-1 que não diferiram estatisticamente do fungicida comercial. Para a espécie L. lepideus, o OE na concentração de 5,0 μL.mL-1 provocou atividade fungicida. Nas avaliações do efeito do OE sobre o teor de ergosterol, foi observada tendência a diminuição do seu conteúdo nas duas espécies fúngicas. Quanto ao estudo sobre a influência de diferentes métodos de secagem, foram utilizados os processos de secagem ao ar, liofilização, em micro-ondas, e em estufa a 45 e 60ºC, sobre rendimento, densidade, cor e compostos químicos do OE de folhas de O. lancifolia, através da comparação com o OE de folhas frescas. Pôde-se, constatar que as secagens por micro-ondas e liofilização forneceram os maiores rendimentos, além disso, os diferentes métodos não afetaram a densidade do extrativo. Para OEs submetidos ao método de secagem em forno a 45 e 60 ºC, houve drástica mudança de cor. As análises da composição química dos OEs demonstraram o composto óxido de cariofileno como o majoritário em todos os OEs obtidos após os processos de secagem, e que os demais compostos foram influenciados possivelmente pelo tempo e temperatura, resultando em diferenças em sua estrutura química e/ou na percentagem dos compostos. Diante do exposto destaca-se o potencial do OE de O. lancifolia como inibidor do crescimento dos fungos apodrecedores testados, bem como o potencial dos métodos modernos de secagem no fornecimento de OE em maior rendimento e sem alteração das características organolépticas.
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