Características clínicas e epidemiológicos associadas ao uso da contenção mecânica numa unidade psiquiátrica do interior do Rio Grande do Sul
Fecha
2020-10-27Primeiro coorientador
Calegaro, Vitor Crestani
Primeiro membro da banca
Hoffmann, Maurício Scopel
Segundo membro da banca
Shansis, Flávio Milman
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Mostrar el registro completo del ítemResumen
A contenção mecânica (CM) é um procedimento utilizado nas internações e emergências
psiquiátricas com o objetivo de manejar sobretudo quadros de agressividade e agitação não
responsivos a outras intervenções. Mesmo quando corretamente indicada e executada, ela vem
sendo associada ao risco de complicações clínicas e psicológicas. Fatores associados à CM
variam muito entre os serviços de saúde, e podem embasar técnicas que previnam a necessidade
do uso do procedimento. O Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) ainda não possui
estudos que se proponham a identificar tais fatores. OBJETIVO: Investigar a associação de
fatores clínicos e epidemiológicos dos pacientes em internação psiquiátrica no HUSM com o
uso de contenção mecânica para manejo de comportamentos agressivos. METODOLOGIA:
Foi analisado banco de dados gerado a partir de um estudo de desenho observacional,
longitudinal, prospectivo e naturalístico realizado entre agosto de 2012 a janeiro de 2013. Os
pacientes foram entrevistados no Pronto Socorro Psiquiátrico (PS-PSIQ) e na Unidade Paulo
Guedes (UPG) do HUSM. Foram coletadas informações demográficas e clínicas à admissão. A
Escala Breve de Sintomas Psiquiátricos (BPRS) foi aplicada na internação e na alta. A escala
Escala de Agressividade Declarada (OAS) foi pontuada diariamente. A distribuição de dados
ocorreu de maneira não-normal. Foi realizada análise bivariada das variáveis categóricas pelo
Teste Exato de Fisher. As variáveis quantitativas foram avaliadas de forma transversal pelo
teste Mann-Whitney e longitudinal pelo teste Wilcoxon. RESULTADOS: Dos 1625 pacientes
atendidos no PS-PSIQ no período do estudo, foram selecionados 137 participantes. Foram
incluídos pacientes adultos internados, e excluídos pacientes com delirium. Entre os
participantes, 27% foram submetidos a CM ao longo do estudo. Os pacientes contidos
apresentaram maior pontuação na escala BPRS à admissão e na escala OAS ao longo da
internação. Tanto os pacientes contidos como os não contidos obtiveram melhora geral dos
sintomas ao longo da internação. Os pacientes contidos não apresentaram mudança na
pontuação das dimensões Afeto e Sintomas Negativos da escala BPRS ao longo da internação.
CONCLUSÃO: A determinação de um perfil de maior heteroagressividade e gravidade
psicopatológica entre os pacientes contidos pode colaborar com o uso de técnicas de manejo
precoce e prevenção da necessidade de CM na UAP do HUSM. A análise longitudinal da
evolução dos sintomas contraria a hipótese presente na literatura de que a CM poderia ocasionar
o surgimento ou piora de sintomas ansiosos e depressivos. O presente estudo corrobora o uso
da CM indicada e executada de maneira correta como forma de proteção ao paciente e àqueles
próximos de si.
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