Medo odontológico da infância à adolescência: análise de caminhos em uma coorte de 10 anos
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Date
2021-09-23Primeiro coorientador
Ardenghi, Thiago Machado
Primeiro membro da banca
Giordani, Jessye Melgarejo do Amaral
Segundo membro da banca
Maroneze, Marília Cunha
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As doenças bucais constituem um importante problema para a saúde em escala global, apresentando-se de forma desigual dentro e entre países em termos de gravidade e prevalência. O medo odontológico pode influenciar nas condições bucais de crianças e influenciar nas visitas regulares ao dentista, o que afeta diretamente a saúde bucal e gera problemas tanto para o paciente, quanto para o dentista. O objetivo deste estudo foi explorar as vias comportamentais, demográficas, psicossociais e clínicas que podem influenciar no medo odontológico da infância para adolescência. Esse estudo de coorte teve início no ano de 2010 com uma amostra aleatória de 639 pré-escolares (1-5 anos), obtida em um levantamento epidemiológico realizado na campanha de multivacinação infantil em escolares de Santa Maria, sul do Brasil. Esses mesmos indivíduos foram reavaliados no ano de 2020, totalizando 10 anos de acompanhamento com 429 adolescentes reavaliados com uma taxa de retenção de 67,13%. O medo odontológico foi mensurado após 10 anos, usando a versão brasileira do “Children’s Fear Survey Schedule-Dental Subscale” (CFSS-DS). Fatores demográficos, socioeconômicos e comportamentais foram coletados no baseline e também nos demais anos de acompanhamento, através de um questionário semiestruturado. Dados clínicos foram obtidos através de avaliações bucais realizadas por examinadores previamente treinados e calibrados. A análise estatística foi realizada através da Modelagem de Equação Estrutural (MEE) para avaliar as diferentes vias que levam à ocorrência de medo odontológico em adolescentes. A presença de cárie dentária não tratada, visitas ao dentista por motivos não rotineiros e baixo senso de coerência (SDC) em T2 impactaram diretamente em maior medo odontológico em T2. Com relação aos efeitos indiretos, presença de cárie dentária, baixa renda familiar e baixa escolaridade materna no T1 impactaram indiretamente os níveis mais elevados de medo odontológico ao longo de 10 anos por meio da cárie dentária no T1. Além disso, a presença de cárie dentária no T2 teve um efeito indireto no desfecho considerado, por meio de visitas ao dentista por razões não preventivas. Portanto, nossos resultados sugerem que níveis mais elevados de medo odontológico estão diretamente associados a fatores clínicos, psicossociais e comportamentais. Além disso, o medo odontológico na adolescência é indiretamente afetado pelas condições socioeconômicas e clínicas na primeira infância.
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