Pragas invasivas da soja no Brasil e o caso da mosca-da-haste, Melanagromyza sojae: diversidade genética na América do Sul
Fecha
2021-07-23Autor
Pozebon, Henrique
Primeiro coorientador
Guedes, Jerson Vanderlei Carús
Primeiro membro da banca
Garcia, Flávio Roberto Mello
Segundo membro da banca
Fiorin, Rubens Alex
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A produção de soja no Brasil tem sido historicamente afetada por pragas exóticas, cuja introdução acarreta em graves prejuízos econômicos e ambientais. Entretanto, estimativas precisas dos impactos econômicos resultantes de tais invasões são praticamente inexistentes. A mosca-da-haste Melanagromyza sojae (Zehntner, 1900) (Diptera: Agromyzidae), recentemente introduzida em vários países da América do Sul, representa uma importante ameaça à produção de soja no continente devido ao seu alto potencial de dano e difícil controle, permanecendo pouco explorada em termos de caracterização genética. O presente trabalho apresenta dois artigos com o objetivo de avaliar o impacto das pragas invasivas na produção de soja brasileira, estimando o risco de invasões futuras; e elucidar o cenário atual da invasão por M. sojae na América do Sul, caracterizando geneticamente as populações presentes no continente. No primeiro artigo, através de uma revisão bibliográfica e comparação de séries históricas provenientes do banco de dados da FAO, constatou-se que as introduções de Bemisia tabaci MEAM1, Tetranychus urticae e Helicoverpa armigera no Brasil contribuíram para que o uso de inseticidas na soja triplicasse de 1990 a 2016. Por meio da avaliação de quatro critérios moduladores do potencial invasivo de uma praga (isto é, probabilidade de entrada, probabilidade de estabelecimento, características biológicas e disponibilidade de medidas de manejo), as espécies ausentes Aphis glycines e Spodoptera litura foram identificadas como de alto risco para o Brasil, enquanto M. sojae já se encontra estabelecida e apresenta potencial para crescer em ocorrência. No segundo artigo, a caracterização do gene mtCOI em 79 indivíduos de M. sojae, provenientes de diferentes localidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Paraguai, Bolívia e Argentina, revelou a presença de 22 haplótipos diferentes de mosca-da-haste no continente. Espécimes coletados na safra 2018/19 foram identificados, submetidos à extração de DNA, amplificação via PCR e sequenciamento do gene mtCOI. As sequências obtidas foram analisadas em softwares específicos, juntamente com sequências de M. sojae previamente publicadas e disponíveis no GenBank. O haplótipo Msoj-COI-02 apresentou a maior frequência na América do Sul, seguido pelo haplótipo Msoj-COI-01, e é o possível ancestral a partir do qual se originaram as demais linhagens. Ainda, os haplótipos Msoj-COI-21, Msoj-COI-22 e Msoj-COI-23 foram identificados pela primeira vez no Rio Grande do Sul. A alta diversidade genética encontrada é uma evidência de que múltiplas introduções de M. sojae ocorreram na América do Sul, reiterando a necessidade de se reforçar as barreiras de biossegurança nacionais e desenvolver programas de manejo economicamente eficientes e ambientalmente sustentáveis para essa praga altamente invasiva.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: