Impacto da inclusão de taninos e tratamento térmico do farelo de soja sobre sua fermentação e digestão in vitro
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Date
2021-08-26Primeiro membro da banca
Maysonnave, Greicy Sofia
Segundo membro da banca
Ribeiro Filho, Henrique Mendonça Nunes
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Na nutrição de ruminantes, a utilização de fontes proteicas com baixa degradabilidade ruminal constitui uma das formas de aumentar a eficiência do uso do nitrogênio alimentar e o aporte de proteína metabolizável para o animal. Dentre as estratégias promissoras para reduzir a degradação proteica ruminal dos alimentos usualmente utilizados, estão o processamento térmico de alimentos e o uso de extratos taníferos vegetais. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de níveis de inclusão de extrato tanífero de Acacia mearnsii (SETA S/A, Estância Velha/RS) no farelo de soja associado a diferentes tratamentos térmicos sobre parâmetros de fermentação e digestão in vitro. Foram testados três níveis de inclusão do extrato tanífero (0, 2,5 ou 5,0% da matéria seca) no farelo de soja, três temperaturas de processamento (ambiente (Controle), 110°C ou 120°C) e três tempos de tratamento térmico (sem tratamento térmico (Controle), 15 ou 30 minutos), em um delineamento fatorial 3×3×3, com umidade da mistura fixada em 20%. O material foi incubado in vitro e os parâmetros analisados foram produção de gases e concentração de N amoniacal em 24, 36 e 48 horas de incubação. Adicionalmente, as amostras foram incubadas in situ durante 16 horas e posteriormente o resíduo foi submetido à hidrólise in vitro com proteases com o objetivo de medir a degradabilidade ruminal (DR), a digestibilidade intestinal (DI) e a digestibilidade total (DT) dos compostos nitrogenados. Foram realizados três ensaios para cada variável sendo cada ensaio considerado uma replicata. Não houve interação significativa entre taninos e temperatura para as variáveis. Após 48 horas de fermentação in vitro a produção de gases foi em média 5 e 9,1% menor pela inclusão de 2,5 e 5,0% de extrato tanífero, respectivamente. O tratamento térmico a 110ºC resultou em produção de gases 2,5% maior comparado à temperatura ambiente ou 120ºC, enquanto que o tempo de exposição ao tratamento térmico não interferiu significativamente no volume de gases. A liberação de amônia no meio de incubação foi reduzida 24,5% pela adição de 5% de extrato tanífero e 9,2% pelo tratamento térmico a 120ºC. O tempo de tratamento térmico ou o tratamento a 110ºC, assim como a adição de 2,5% de extrato tanífero no farelo de soja, não afetaram a liberação de amônia no meio de incubação. A degradabilidade ruminal do farelo de soja não foi afetada pela adição de taninos e nem pelo tempo de tratamento térmico, mas reduziu 16,3% pelo tratamento a 120ºC. Quanto a digestibilidade intestinal da PNDR, a inclusão de taninos afetou negativamente, reduzindo-a. Não houve efeito de tempo ou temperatura. A digestibilidade total do N foi afetada apenas pela inclusão de taninos, diminuindo-a. O tratamento com 5% de tanino, a 120ºC durante 30 minutos, tem maior efeito na redução da produção de gás e concentração de amônia, resulta em menor DR e mínimo impacto na DI e DT.
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