Efeitos da associação da aflatoxina B1 com aspartame em parâmetros bioquímicos e comportamentais em ratos
Visualizar/ Abrir
Data
2020-03-11Primeiro membro da banca
Freitas, Catiuscia Molz de
Segundo membro da banca
Lima, Frederico Diniz
Terceiro membro da banca
Guerra, Gustavo Petri
Quarto membro da banca
Bochi, Guilherme Vargas
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Micotoxinas são substâncias produzidas por fungos, contaminantes naturais de diversos alimentos. As aflatoxinas são micotoxinas produzidas principalmente pelos fungos do gênero Aspergillus, sendo a aflatoxina B1 (AFB1) a mais frequente e a mais tóxica. A AFB1 apresenta efeitos carcinogênicos, mutagênicos e teratogênicos, é convertida no fígado em 8,9-epóxido, um metabólito que reage com macromoléculas celulares, incluindo proteínas, RNA e DNA. Desta forma, a AFB1 altera parâmetros hematológicos e promove um desequilíbrio no sistema oxidativo, especialmente nas enzimas antioxidantes. Os adoçantes são substâncias utilizadas como substitutos da sacarose, dentre eles destaca-se o aspartame (ASP), o qual é amplamente utilizado em formulações alimentares e na indústria farmacêutica. O mecanismo de toxicidade do ASP baseia-se principalmente na indução de estresse oxidativo e pode atuar em diferentes tecidos. Considerando a presença tanto de AFB1 como de ASP numa refeição, bem como seus mecanismos de toxicidade, eles podem promover o desenvolvimento de quadros de estresse oxidativo, desequilíbrio nas defesas enzimáticas e facilitar o desenvolvimento de alterações comportamentais. Neste estudo, investigamos a exposição a AFB1 (250 μg/kg, i.g.) e/ou ASP (75mg/kg, i.g.) no comportamento dos animais através dos testes de Campo Aberto, Bolinhas enterradas, Construção de Ninho e Borrifagem de Sacarose, bem como em parâmetros bioquímicos após 7 e 14 dias. Os resultados mostraram alterações nos parâmetros comportamentais, evidenciados pelo aumento no tempo gasto no centro no teste de campo aberto, aumento no número de bolinhas enterradas e diminuição no tempo de limpeza da face no teste de borrifagem de sacarose nos animais tratados com AFB1+ASP após 7 e 14 dias. Houve alteração nos marcadores de estrese oxidativo, representados pela diminuição da atividade da enzima catalase (CAT) no fígado e rim após 7 dias de exposição e aumento na atividade após 14 dias em todos os grupos. A glutationa-S-transferase (GST) aumentou no fígado e rim após 7 e 14 dias, o conteúdo de ácido ascórbico diminuiu no fígado, córtex e hipocampo somente no tratamento mais longo. Da mesma forma, os tióis não-proteicos (NPSH) e poder antioxidante usando ferro reduzido (FRAP) diminuíram no fígado, rim, córtex e hipocampo somente após 14 dias de exposição. A peroxidação lipídica determinada através das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) aumentou no tratamento de 7 dias somente no hipocampo, e após 14 dias de exposição à AFB1+ASP ocorreu aumento deste marcador no fígado, rim, córtex e hipocampo. Observamos uma redução na imunorreatividade da SOD-2 no hipocampo após o tratamento com AFB1 ou ASP. Pode-se concluir que a administração de AFB1 e ASP alteram parâmetros oxidativos no fígado, rim, córtex cerebral e hipocampo, tanto isolados como associados, além de promover mudanças nos parâmetros relacionados à depressão e ansiedade analisados nos estes de campo aberto, bolinhas e borrifagem de sacarose. Desta forma, salientamos a importância do conhecimento dos efeitos tóxicos e do sinergismo que pode ocorrer entre estes componentes alimentares, os quais podem ser capazes de promover um desequilíbrio e assim acometer e/ou facilitar o desenvolvimento de doenças.
Os arquivos de licença a seguir estão associados a este item: