Padrões de habitat e traços funcionais: impacto da fragmentação florestal sobre diferentes assembleias no bioma Pampa
Fecha
2021-08-31Primeiro membro da banca
Silva, Ana Carolina da
Segundo membro da banca
Mähler Junior, Jan Karel Felix
Terceiro membro da banca
Essi, Liliana
Quarto membro da banca
Denardi, Luciano
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Florestas ecotonais em contato com os campos nativos no bioma Pampa constituem importantes bancos
genéticos e fontes de pesquisa sobre a ecologia das espécies vegetais e animais, fornecendo informações
primordiais para a conservação, restauração e recuperação de ecossistemas. No presente estudo
avaliamos os possíveis efeitos da fragmentação, quanto à formação de diferentes habitats condicionados
por ambientes de borda e interior e por variáveis ambientais, sobre os padrões de ocupação e traços
funcionais de três assembleias: componente arbóreo-arbustivo, espécies associadas e mastofauna. Em
três remanescentes de diferentes tamanhos: uma área de referência (RPPN Boa Vista, 243,3 ha) e dois
fragmentos menores (A1- 2,6 ha e A2- 10,8 ha), inseridos em uma matriz interhabitat (65 ha) de
exploração comercial de Eucalyptus sp., na Serra do Sudeste, extremo Sul do Brasil. No primeiro artigo,
investigamos os padrões florísticos e possíveis evidências do impacto da fragmentação sobre a floresta
ecotonal no Pampa brasileiro. Foi constatada influência da zona de contato florístico, da fragmentação
e dos habitats condicionados pelos ambientes e variáveis ambientais, nos padrões fitossociológicos e
florísticos do componente arbóreo-arbustivo. Foram identificadas 31 famílias, 50 gêneros e 64 espécies.
Myrtaceae, Salicaceae, Lauraceae e Sapindaceae foram as famílias mais representativas, com destaque
para Podocarpus lambertii. Inclinação do terreno, altitude, e densidade de regenerantes foram as
variáveis ambientais com maior influência sobre o componente arbóreo-arbustivo. No segundo artigo,
investigamos o padrão de ocupação e as preferências de habitat quanto a traços funcionais do
componente arbóreo-arbustivo e a variáveis ambientais, em três diferentes grupos funcionais de espécies
associadas: briófitas/líquens, epífitas vasculares/pteridófitas e trepadeiras. Briófitas/líquens preferem o
interior das florestas, áreas planas e de menor altitude, com árvores grossas e baixas, de casca rugosa e
persistente. Epífitas vasculares/pteridófitas preferem o interior das florestas, áreas altas e pouco
declivosas, com árvores grossas, de casca rugosa e esfoliante. Trepadeiras preferem os habitats de borda,
áreas declivosas, com menor altitude e maior abertura do dossel, são pouco dependentes de traços
funcionais, e menos sensíveis aos efeitos da fragmentação. No terceiro artigo, analisamos o padrão de
uso e ocupação de habitats pela assembleia de mamíferos silvestres nativos, através do uso de armadilhas
fotográficas. Foram registradas 18 espécies, sendo Nasua nausa e Mazama gouazoubira as mais
abundantes. Foi constatado diferentes padrões de uso pelas espécies, algumas bem adaptadas a habitats
florestais e outras tolerantes à matriz produtiva. As variáveis ambientais e de vegetação tiveram maior
influência sobre os traços funcionais do que sobre a estrutura da assembleia de mamíferos. Por fim,
nossos dados sugerem que a manutenção da diversidade, para as três assembleias estudadas, seja
possibilitada por áreas maiores de vegetação nativa, principalmente para espécies mais exigentes, mas
que a conectividade na paisagem seja viabilizada pelos pequenos núcleos de vegetação e pela
permeabilidade da matriz interhabitat, promovendo diversidade e qualidade de habitats e influenciando
nas dinâmicas ecológicas locais. Também apontam que os efeitos da fragmentação atuam de forma
distinta sobre diferentes assembleias, mesmo em um mesmo habitat, e que a análise isolada de um
componente pode levar a conclusões pouco representativas do ecossistema. E estas são características
fundamentais para definir níveis de importância e fragilidade dos ecossistemas em zona de contato
ecológico, onde a maior diversidade natural condiciona a necessidade de diversidade de habitats,
influenciando nas medidas e estratégias de conservação a serem tomadas.
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