As concepções sobre relacionamentos afetivo-sexuais e violência no namoro na perspectiva dos adolescentes
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Data
2020-03-04Autor
Visentini, Danielle Machado 
Primeiro orientador
Siqueira, Aline Cardoso
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Mostrar registro completoResumo
A adolescência tem sido objeto de estudos há muitas décadas, principalmente por ser
caracterizada por uma etapa de desenvolvimento de mudanças e conflitos. A sexualidade ganha
uma maior proporção, junto com as transformações corporais, e assim, iniciam-se as primeiras
experiências afetivo-sexuais. Essas, por sua vez, têm se modificando ao longo do tempo, e
adquirindo novas configurações. As relações afetivo-sexuais dos adolescentes geram
problemáticas importantes que merecem atenção, especialmente quanto à ocorrência de
violência no namoro. Assim, entende-se que é importante conhecer e investigar como os
adolescentes compreendem essas situações como forma de minimizar taxas de violência nos
relacionamentos. Foram realizados três estudos complementares. O primeiro estudo teve como
objetivo conhecer as formas de relacionamentos afetivo-sexuais na adolescência bem como, o
papel que as redes sociais ocupam no campo amoroso; o segundo, compreender a percepção
sobre a violência vivenciada nos relacionamentos amorosos entre adolescentes e o terceiro
conhecer a quem os adolescentes recorrem em situações de violência no namoro e os impactos
que a violência pode ter na vida do sujeito. Esta é uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo
e exploratório. Os participantes foram 29 adolescentes do 9º ensino fundamental e EJA de três
escolas públicas do interior do Rio Grande do Sul. Foram realizados grupos focais, sendo
realizados três encontros em cada escola, totalizando nove encontros nos meses de abril e maio
de 2019. Os dados foram analisados a partir da Teoria Fundamentada nos Dados. Os resultados
do primeiro estudo mostram que o "ficar" é a principal forma de relacionamento afetivo-sexual
entre os jovens, uma vez que, o namoro nesta fase não é duradouro. O ciúme foi visto tanto
como uma manifestação de amor como também, pode ser considerado o dispositivo da violência
no namoro ao adquirir o sentido de controle. No segundo estudo, situações de violência física
e psicológica foram descritas como comuns nos relacionamentos afetivo-sexuais na
adolescência, nem sempre sendo vistas como violência, sendo perpetrada por ambos sexos. Os
resultados do último estudo evidenciaram que os amigos e os pais são as principais referências
ao que se refere buscar ajuda nas situações de violência. A discussão final dessa dissertação
sinaliza as mudanças que os relacionamentos atuais na adolescência enfrentam não descartam
o fundamental acompanhamento de familiares e adultos de confiança, no sentido de oferecer
ferramentas para os adolescentes construírem relacionamentos saudáveis e não abusivos.
Entende-se que essa temática deve ser mais explorada tanto no ambiente familiar como escolar
a fim de minimizar os índices de violência bem como a implementação de programas de
intervenção e prevenção de violência no namoro.
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