A identidade e a memória como fatores de desenvolvimento e integração: a Quarta Colônia de Imigração Italiana do RS/Brasil e o desenvolvimento regional (1955-2020)
Fecha
2020-08-10Primeiro membro da banca
Ramos, Eloisa Helena Capovilla da Luz
Segundo membro da banca
Oosterbeek, Luiz Miguel
Terceiro membro da banca
Soares, Andre Luis Ramos
Quarto membro da banca
Bolzan, Moacir
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A Quarta Colônia de Imigração Italiana está localizada na parte central do Rio Grande do Sul. A ocupação desse território teve início em 1877, com a chegada de imigrantes denominados russos-alemães que, devido a uma série de infortúnios, abandonaram a região. No início de 1878, começam a chegar as primeiras famílias de imigrantes oriundas do norte da Itália. Devido ao isolamento da colônia, esses grupos desenvolveram um sentimento de pertencimento a uma cultura étnica, identitária e religiosa, que é uma característica marcante na região. Já em 1886, a colônia teve seu território dividido entre os municípios de Santa Maria, Cachoeira do Sul, São Martinho e Vila Rica. Nas décadas de 50 e 60, do século XX, sob a liderança do padre Luiz Sponchiado, aconteceu uma tentativa de integração da a ex-colônia em torno de um ideal comum, o pároco procurou reunir os moradores da região através do fortalecimento da italianidade e da religiosidade. Porém, devido a interesses políticos, a ideia de unificação proposta pelo sacerdote não prevaleceu, o que propiciou o surgimento de sete pequenos municípios: Nova Palma, Faxinal do Soturno, Dona Francisca, Silveira Martins, São João do Polêsine, Pinhal Grande e Ivorá. Nas décadas de 80 e 90, século XX, o sentimento de pertencimento a um grupo étnico foi reavivado na comunidade ítalo-brasileira de Santa Maria e Quarta Colônia, com a reabertura das sociedades, associações e circolos italianos e, também, da Agência Consular Italiana. Soma-se a isso o desenvolvimento de projetos de educação patrimonial de valorização da história, cultura e turismo regional. Após as emancipações políticas, em 1995 foi criado o CONDESUS (Consórcio de Desenvolvimento Sustentável da Quarta Colônia) que tem procurado superar o atraso no desenvolvimento econômico provocado pela fragmentação do território. A partir do CONDESUS surgiu uma nova Quarta Colônia, com a anexação dos municípios de Restinga Seca e Agudo. Sendo assim, defende-se a ideia de que a integração econômica e a força de um “bloco” regional estão intimamente vinculadas à valorização e ao fomento da identidade histórica da Quarta Colônia Imperial de Imigração Italiana do RS, sendo esse, o fator que agrega e motiva o desenvolvimento regional. Também, busca-se demonstrar que o processo de construção identitário do território da Quarta Colônia, possibilitou e estabeleceu as bases políticas para o surgimento do CONDESUS. Para alcançar os objetivos desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa. Neste contexto, foram elencados dois tipos de variáveis: as Variáveis Independentes que agregam o CONDESUS, o território, a Agência Consular, as Sociedades/Associações e os Circolos italianos, determinantes nos resultados da pesquisa e influenciadores das Variáveis Dependentes que dizem respeito à memória, à cultura, à identidade e ao desenvolvimento regional. Dessa forma, conclui-se que os fatores históricos, culturais e identitários são importantes no contexto do desenvolvimento da Quarta Colônia. Porém, sozinhos esses elementos não terão potencial para alavancar o desenvolvimento regional, que deve acontecer através da união de um conjunto de fatores.
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