Imigração alemã no Rio Grande do Sul e cidadania: naturalização e participação política, 1824-1889
Fecha
2021-08-20Primeiro membro da banca
Dolhnikoff, Miriam
Segundo membro da banca
Gertz, René Ernaini
Terceiro membro da banca
Witt, Marcos Antônio
Quarto membro da banca
Cunha, Jorge Luiz da
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Esta tese aborda a participação política de teuto-brasileiros estabelecidos no Rio Grande do Sul entre 1824 (com a chegada dos primeiros imigrantes alemães naquela província) e 1889 (com o fim do período imperial brasileiro), o que envolveu questões como a naturalização e a representação política. Dentro do processo de construção da cidadania, no séc. XIX, os direitos políticos eram vistos como uma concessão que exigia o atendimento de critérios para o seu exercício. Em relação aos estrangeiros, a naturalização era o primeiro passo para o acesso a esses direitos. A obtenção da cidadania brasileira esteve marcada pela percepção de que determinados estrangeiros eram consi-derados desejáveis, como foi o caso dos imigrantes alemães. Nesse sentido, decretos e leis amplia-ram e facilitaram a naturalização para esse grupo durante o Império. Ao mesmo tempo, antes de 1881, os estrangeiros naturalizados apenas não poderiam ocupar os cargos eleitorais de maior ex-pressão (deputados e senadores), restrição que não se aplicava aos demais teuto-brasileiros. Assim, eles participaram politicamente como votantes, eleitores, membros das juntas de qualificação e das mesas eleitorais e em cargos eletivos como os de vereadores e juízes de paz. Essa participação política passou por um processo de ampliação à medida que elementos que a dificultavam foram sendo superados, em duas fases distintas: a primeira entre 1824 e 1850, em que havia pouca parti-cipação política eleitoral e a segunda, entre 1851 e 1889, em que houve constante aumento da pre-sença alemã. A década de 1880 se caracterizou como o momento de maior expressão da presença alemã no cenário político da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, uma vez que após a promulgação da Lei Saraiva (1881), que permitiu a elegibilidade de acatólicos e estrangeiros natu-ralizados como deputados e senadores, cinco alemães naturalizados brasileiros (Haensel, Bartholo-may, Koseritz, Brüggen e Kahlden) foram eleitos como deputados provinciais da Assembleia Le-gislativa. Esse grupo representou as regiões de colonização alemã e italiana e atuou em defesa de seus interesses, bem como, estiveram inseridos nas disputas político-partidárias daquele contexto. A presente tese trata de temas da atualidade e trouxe contribuições importantes para os estudos das eleições brasileiras no séc. XIX. Esta pesquisa foi realizada junto ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Maria (PPGH/UFSM), na Linha de Pesquisa “Fron-teira, Política e Sociedade”, vinculada a área de concentração “História, Poder e Cultura” e contou com bolsa Demanda Social e de Doutorado Sanduíche no Exterior, ambas concedidas pela CAPES.
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