Segunda pessoa e casos-limite em Paul Ricoeur
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Data
2020-03-31Primeiro membro da banca
Moratalla, Tomás Domingo
Segundo membro da banca
Krassuski, Jair Antônio
Terceiro membro da banca
Gubert, Paulo Gilberto
Quarto membro da banca
Costa, Paulo Sérgio de Jesus
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente pesquisa parte da constatação do filósofo Paul Ricoeur, de que as duas maiores
tradições da ética filosófica, a corrente da teleologia na esteira de Aristóteles e a corrente da
deontologia em Emmanuel Kant, tratam a segunda pessoa da ética de forma obliterada. A
corrente da ética teleológica vê virtude cívica ou humanidade apenas na amizade (philia)
entre homens, livres e iguais. As relações interpessoais só são possíveis ou razoáveis se os
envolvidos forem predominantemente do sexo masculino, de uma mesma e mais elevada
classe socioeconômica. A corrente da moral deontológica, por sua vez, traz consigo o ideal
moderno de sujeito autônomo que se choca constantemente com a exigência de
reciprocidade na relação interpessoal. Ambas as tradições, destarte, não superam a
dissimetria inicial, calcada nas teorias de deposição do outro e cultivam a inércia diante de
tanta violência. Pensando acerca do sofrimento da segunda pessoa imersa nessas
situações de desigualdade, o filósofo francês aponta uma saída, advinda da articulação e
complementariedade entre ética, a partir da noção de solicitude, e moral, a partir da
categoria do respeito. Desse modo, defenderemos que Ricoeur corrige as deficiências do
tratamento da segunda pessoa da ética, em conformidade com as premissas da solicitude e
do respeito e a busca de articulação entre ética e moral. Nossa proposta será mais bem
compreendida a partir da análise da maneira pela qual nosso filósofo opera a deliberação,
ou o juízo moral em situação singular, mediante o exame de casos-limite.
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