Hannah Arendt: por uma ética dos começos
Fecha
2021-03-29Primeiro membro da banca
Silva, Adriano Correia
Segundo membro da banca
Corá, Elsio José
Terceiro membro da banca
Silva, Mitieli Seixas da
Quarto membro da banca
Debona, Vilmar
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Esta tese tem por objetivo examinar a noção arendtiana de natalidade, a partir da qual se considera que seres capazes de começar sejam, igualmente, capazes de conter e resistir à crescente expansão do deserto – ausência de mundo – e da ameaça de novas “tempestades de areia” – movimentos totalitários. Para tanto, cabe perguntar: podem ainda os novos começos transformar o deserto em um mundo comum e plural, sem o apoio dos antigos padrões de conduta e dos critérios de julgamento moral? Em resposta, buscamos examinar, a partir da noção arendtiana da natalidade, onde radica ontologicamente o “milagre” de cada novo começo, o fato de que seres capazes de começar em razão do nascimento sejam, igualmente, capazes de criar padrões de conduta e de julgamento moral inspirados e orientandos pelo amor mundi. Esse ato requer o exercício constante do contar estórias (storytelling), da “sabedoria da incerteza” e do “treinar a própria imaginação para ‘sair em visita’”. Designamos isso tudo de uma ética dos começos. Com intuito de evitar mal-entendidos, elucidamos, também, que “uma ética dos começos” não é uma frase de efeito ou um slogan, nem pretende ser uma teoria ética, tampouco uma marca registrada, apenas uma maneira de designar um entre outros tantos modos possíveis de se relacionar com o mundo e com cada vi(n)da dos novos começos, de maneira a destacar a centralidade do nascimento – da natalidade – e não da morte – da mortalidade –, ao mesmo tempo em que é inspirada e orientada pelo amor mundi. Trata-se, portanto, de um modo de se relacionar com o mundo e os começos, inspirado e orientado pelo amor ao mundo, o qual nos exige a ética de assumirmos a responsabilidade por ele, mesmo que estejamos sempre sob o perigo da crescente expansão do deserto e da ameaça de novas “tempestades de areia”, pois, afinal, o mundo é o espaço entre que sempre com-partilhamos, queiramos ou não, com a paradoxal pluralidade de seres singulares.
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