O desejo de viver belas histórias: uma investigação existencial, hermenêutica e romanesca sobre identidade pessoal
Fecha
2021-03-19Primeiro membro da banca
Reis, Róbson Ramos dos
Segundo membro da banca
Armani, Carlos Henrique
Terceiro membro da banca
Moratalla, Tomás Domingo
Quarto membro da banca
Botton, João Batista
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O presente estudo pretende realizar uma investigação de um expediente de estruturação
de identidades pessoais que será chamado de desejo de viver belas histórias. Inspirado na noção de
desejo de ser da ontologia fenomenológica de Jean-Paul Sartre apresentado em O ser e o nada, a
ideia de desejo de viver belas histórias se configura em uma modulação historializada e narrativa do
desejo de ser, modulação na qual os indivíduos não presumem a posse de identidades essenciais
mas sim a possibilidade de realização dessas identidades no tempo. A exploração do tema terá,
portanto, quatro momentos. O primeiro consistirá na reconstrução interpretativa da filosofia
existencial de Jean-Paul Sartre e em especial da antropologia filosófica centrada na ideia de
liberdade que se deduz da conjugação entre ontologia fenomenológica e psicanálise existencial
oferecida em O ser e o nada. O segundo momento consistirá na apresentação de elementos da
hermenêutica narrativista e em especial das ideias sobre identidade narrativa do filósofo Paul
Ricoeur em Tempo e narrativa e O si-mesmo como outro. O intento será o de mostrar que a
hermenêutica do si funciona como extensão incontornável da psicanálise existencial no rastreio do
desejo de viver belas histórias. O terceiro momento será de averiguação da plausibilidade da
proposta de um enxerto de hermenêutica narrativista na psicanálise existencial e consistirá
especialmente da análise de um caso de trajetória intelectual pelo mundo da filosofia e da política: a
trajetória do próprio Jean-Paul Sartre. Pretende-se mostrar como a identidade narrativa pode se
configurar como coleção de contos e episódios e escapar da exigência de unidade narrativa de uma
vida. No quarto e último momento deste estudo, se intenta mostrar como a arte do romance se
oferece de modo privilegiado como expediente de observação das possibilidades humanas. Centrada
no exame das obras romanescas e ensaísticas de Milan Kundera, tal parte final do estudo mostrará o
vínculo histórico entre arte do romance e modernidade e as contribuições e exigências que a
exploração desse vínculo oferecem no itinerário da exploração hermenêutica dos temas existenciais
narrativamente elaborados.
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