Alteridade e reciprocidade no pensamento existencialista de Simone de Beauvoir e o projeto de libertação das mulheres
Fecha
2021-03-29Primeiro membro da banca
Grzibowski, Silvestre
Segundo membro da banca
Pereira, Gilmara Coutinho
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A presente pesquisa tem como objetivo apresentar e analisar os conceitos de Alteridade e Reciprocidade, tais como foram abordados na filosofia de Simone de Beauvoir, destacando as obras O Segundo Sexo e Por uma Moral da Ambiguidade. Veremos as implicações filosóficas dos termos Alteridade e Reciprocidade para a compreensão da situação de subjugação da mulher na história humana e na elaboração de uma Ética Existencialista, a qual embasa um projeto de libertação das mulheres defendido pela filósofa. Em O Segundo Sexo (1949), Simone de Beauvoir busca compreender o que é Ser Mulher e procura identificar os motivos que levaram ao estabelecimento de uma hierarquia de poder nas sociedades humanas, nas quais as mulheres são oprimidas pelos homens e vistas como inferiores. Em relação ao homem, a mulher é como um “Outro” em sentido negativo, para o qual não se reconhece Reciprocidade. A dualidade da relação eu e o Outro é algo que acompanha a história humana, mas a Alteridade carrega a possibilidade da Reciprocidade, no entanto essa reciprocidade para a Mulher não é reconhecida. Beauvoir defende que a subordinação da mulher é um evento histórico, não se deve apenas a questões de ordem biológica, mas tem raízes na própria condição ontológica do sujeito humano no mundo e suas escolhas em relação ao que a sociedade e cultura oferecem. Com a afirmação do patriarcado em um determinado momento histórico, o homem torna-se o centro de referência para se definir o que a espécie humana deve ser, enquanto a mulher é classificada como uma alteridade em sentido negativo diante da figura masculina, isso foi uma escolha por parte dos homens e não tem justificativa na natureza ou em nenhuma suposta verdade divina ou “essência humana”. Veremos como Beauvoir interpreta a situação da mulher, dialogando com diferentes correntes de pensamento: da Sociologia/Antropologia, Psicanálise, o Materialismo Histórico Dialético e o próprio Existencialismo, do qual a filósofa foi uma expoente. Um relato histórico realizado por Beauvoir em O Segundo Sexo é apresentado para ilustrar a análise realizada, denunciando a opressão contra a mulher. Seguindo as observações sobre dados historiográficos, veremos a proposta de uma Ética Existencialista com base no reconhecimento da ambiguidade na vida humana, destacando a liberdade e visando alcançar a reciprocidade. A Ética Existencialista defendida por Beauvoir culmina em um projeto de libertação para as mulheres que está conectado a uma preocupação de realização de igualdade na coletividade humana, em uma tentativa de aproximação entre os ideais do Socialismo Marxista e o Existencialismo.
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