Resistência ao cisalhamento de solo com raízes – ensaios de cisalhamento direto in situ
Fecha
2018-02-26Primeiro membro da banca
Pinheiro, Rinaldo do José Barbosa
Segundo membro da banca
Bressani, Luiz Antônio
Terceiro membro da banca
Araujo, Maristela Machado
Quarto membro da banca
Moraes, Moacir Tuzzin de
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
O crescente uso da Engenharia Natural em obras de infraestrutura tem exigido o aperfeiçoamento de
informações técnicas a respeito do comportamento e desempenho das plantas que são utilizadas como
material construtivo. Neste sentido, nos últimos anos, tem-se dado grande destaque à inclusão de plantas
em cálculos de estabilidade geotécnica de taludes. Para tornar isso possível, o primeiro passo é
determinar, de modo representativo, o efeito de plantas na resistência ao cisalhamento do solo, o que
ainda é um desafio devido à falta de equipamentos específicos e procedimentos padronizados para
realização de ensaios de campo, com plantas desenvolvendo sob condições naturais ou de plantio. No
sentido de contribuir para o atendimento dessas questões, o presente trabalho teve por objetivo investigar
o efeito de plantas da espécie lenhosa Phyllanthus sellowianus (Klotzsch) Müll. (Phyllanthaceae) na
resistência do solo ao cisalhamento direto in situ e sua influência na estabilidade de taludes. Para atender
a esse objetivo, o estudo foi desenvolvido em duas estapas interdependentes: 1) Análise da relação entre
desenvolvimento da parte área das plantas e resistência do sistema radicial ao arranquio; e 2) Ensaios
de resistência ao cisalhamento direto in situ, de solo com e sem raízes. Os experimentos de arranquio e
cisalhamento direto in situ foram implantados no distrito de Vale Vêneto, no município de São João do
Polêsine, RS. Tanto no experimento de arranquio quanto no experimento de cisalhamento direto in situ,
o plantio de P. sellowianus foi realizado por meio de estacas coletadas de diferentes plantas matrizes,
plantadas em sistema de plantio direto, em área roçada e capinada, em espaçamento de 1,0x1,0 m
(arranquio) e 0,7x0,7 m (cisalhamento). Para a condução dos testes de arranquio e dos ensaios de
cisalhamento foram utilizadas máquinas especificamente projetadas e desenvolvidas para as tarefas. No
estudo da interdependência entre desenvolvimento da parte aérea das plantas e seu sistema radicial,
identificou-se que a soma da área transversal de brotos (mm2) foi a variável com maior capacidade de
descrever as variações na resistência das raízes. Essa variável, portanto, foi utilizada para amostrar de
maneira representativa as plantas a serem empregadas nos ensaios de cisalhamento direto in situ. Nos
ensaios de cisalhamento, identificou-se que, após tempo relativamente curto de desenvolvimento a
campo (até 12 meses), as plantas não influenciaram o ângulo de atrito interno do solo, porém tiveram
influência na coesão do solo, para a qual proporcionaram um aumento de até 83,1%. Portanto, as plantas
atuaram como elementos de reforço do solo. O equipamento de cisalhamento direto in situ, desenvolvido
para viabilizar o presente estudo, assim como os procedimentos que possibilitarama o seu uso, se
mostraram efetivos na tarefa de quantificar o efeito de plantas na resistência ao cisalhamento do solo.
Seguindo os meios e os procedimentos utilizados no presente estudo, o aspecto geral dos ensaios de
resistência ao cisalhamento direto in situ pode evoluir para a elaboração de uma especificação técnica
padronizada, que pode ser útil aos projetos de estabilização geotécnia de taludes.
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