Relação entre eixos estruturantes da constituição psíquica e sustentação/ocupação de lugar de enunciação no processo de aquisição da linguagem
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Date
2021-08-23Primeiro membro da banca
Barros, Izabella Paiva Monteiro de
Segundo membro da banca
Zappe, Jana Gonçalves
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A presente dissertação teve por objetivo analisar a relação entre os eixos de constituição do psiquismo e a constituição linguística de bebês de 3 a 24 meses. Para isso, foram elaborados dois estudos, um de cunho quantitativo e outro qualitativo de análise de casos. O primeiro estudo buscou analisar a correlação entre os eixos estruturantes do psiquismo dos Indicadores de Risco/Referência ao Desenvolvimento Infantil (IRDI) e aquisição da linguagem por meio dos Sinais Enunciativos de Aquisição da Linguagem (SEAL) nos dados de 77 bebês. Os resultados obtidos da aplicação desses dois instrumentos foram analisados estatisticamente por meio do coeficiente de Spearman e o teste de U de Mann-Whitney, considerando valor de p<= 0,05, no confronto entre a presença de sinais enunciativos e indicadores clínicos do roteiro IRDI. Houve significância estatística entre alterações nos indicadores relacionados à função materna (suposição de sujeito, estabelecimento da demanda e alternância presença/ausência) e alterações nos sinais enunciativos dos bebês e das mães. Já o segundo estudo, teve por objetivo investigar como se relacionavam singularmente os resultados obtidos no roteiro IRDI (Indicadores Clínicos de Referência/Risco ao Desenvolvimento Infantil), no SEAL (Sinais Enunciativos de Aquisição da Linguagem) e nas protoconversações iniciais em dois bebês com histórico de sofrimento psíquico nos primeiros 18 meses de vida e desfechos distintos na aquisição da linguagem aos dois anos. Para análise utilizou-se a entrevista inicial e continuada, o IRDI, o SEAL, além de filmagens da interação entre mãe e bebê. Os resultados indicaram que no primeiro caso houve a existência de suposição de sujeito em separado por operar a função paterna, com uma adequação progressiva da sincronia no diálogo mãe-filho, o que permitiu a superação tanto do sofrimento psíquico quanto do risco à aquisição da linguagem na avaliação do segundo ano de vida. Já no segundo caso como houve uma desistência materna de investimento no diálogo, acompanhada da dificuldade em operar a função paterna, ou seja, supor um bebê em separado. Neste caso não houve não reversão do sofrimento psíquico e o bebê apresentou atraso importante na aquisição da linguagem no segundo ano de vida. Tanto o exercício das funções parentais quanto as condições dos bebês são fatores importantes em sua constituição psíquica e linguística, o que traz reflexões interdisciplinares importantes acerca da singularidade na relação entre esses dois aspectos do desenvolvimento infantil.
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