Riscos de adoecimento em trabalhadores de serviço de atendimento móvel de urgência
Fecha
2021-10-05Primeiro membro da banca
Silva, Rosangela Marion da
Segundo membro da banca
Dal Pai, Daiane
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O objetivo geral deste estudo foi analisar os riscos de adoecimento relacionados ao trabalho
em trabalhadores atuantes em Serviços de Atendimento Móvel de Urgência. Trata-se de um
estudo transversal de abordagem quantitativa, realizado no Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência de quatro municípios do estado do Rio Grande do Sul. A população da pesquisa foi
composta pelos trabalhadores que integram o serviço (enfermeiros, técnicos de enfermagem,
médicos e condutores). A coleta de dados foi realizada a partir da aplicação de um questionário
de dados sociodemográficos e laborais e o Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento,
do qual foram utilizadas três subescalas, que investigam o trabalho e os riscos de adoecimento
por ele provocado em termos de representação do contexto de trabalho, custos (físicos,
cognitivos e afetivos) e danos. A análise das variáveis categóricas ocorreu por meio de frequência
absoluta e relativa; as quantitativas, pela média, mediana e desvio padrão. Nas análises estatísticas foram
utilizados teste qui-quadrado e coeficiente de correlação de Pearson, e em todas as análises o nível de
significância de 5%. Participaram do estudo 104 trabalhadores. Os trabalhadores foram, em sua
maioria, do sexo masculino (68,3%), com acompanhante (77,9%) e possuem filhos (67,3%). A
idade média dos participantes é de 39,2 anos (DP:8,675). A maior parte deles possui curso de
graduação e trabalha em outro emprego. Os riscos ocupacionais mais percebidos pelos
trabalhadores foram o estresse, comoção com familiar da vítima, contaminação com materiais
biológicos e agressão/violência. O contexto de trabalho obteve uma avaliação crítica (μ= 2,48
e DP=0,59), sendo que, no que se refere aos fatores da escala, a organização do trabalho também
obteve avaliação crítica e as condições do trabalho e as relações socioprofissionais obtiveram
avaliação satisfatória. O custo humano no trabalho obteve resultado crítico (μ= 3,41 e
DP=0,61), sendo que os fatores custo físico e cognitivo, obtiveram uma avaliação grave,
produtora de sofrimento no trabalho devido as demandas físicas e cognitivas exigidas por ele.
Já, o custo afetivo, obteve uma avaliação crítica. Em relação aos danos de saúde presentes nos
trabalhadores, a avaliação geral foi suportável (Percentil= 1,41), satisfatória. Os danos físicos
apresentaram um resultado crítico, já os danos psicológicos e sociais obtiveram avaliação
satisfatória. Conclui-se que os trabalhadores desse serviço estão expostos a diversos riscos de
adoecimento, bem como algumas doenças já instaladas ligadas ao desenvolvimento de suas
atividades no trabalho. Os dados obtidos nesse estudo demonstram que esses profissionais estão
expostos a riscos de adoecimento relacionados ao contexto de trabalho, às exigências e efeitos
do trabalho para a saúde, fatores que podem trazer consequências à saúde dos trabalhadores. A
análise de correlação evidencia relação significativa entre os riscos de adoecimento. Além
disso, o presente estudo contribui para a discussão sobre os riscos de adoecimento dos
trabalhadores de Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, apontando a necessidade de
intervenção imediata em alguns aspectos, bem como de investigações e reflexões sob outros
prismas, em novos estudos que abordem o trabalho e a saúde dos trabalhadores neste contexto
laboral e suas especificidades.
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