Auto(trans)formações permanentes com professores do ensino médio regular: re-ad-mirando a docência e re-significando experiências
Fecha
2020-12-17Primeiro membro da banca
Andreola, Balduino Antonio
Segundo membro da banca
Abrahão, Maria Helena Menna Barreto
Terceiro membro da banca
Oliveira, Valeska Maria Fortes de
Quarto membro da banca
Maraschin, Mariglei Severo
Quinto membro da banca
Powaczuk, Ana Carla Hollweg
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
Esta tese de doutorado insere-se na Linha de Pesquisa Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria/RS. Objetivamos, com esta investigação, compreender com os professores do Ensino Médio os movimentos de re-significação e constituição da docência, vivenciados por eles a partir das políticas de formação continuada, por meio de uma formação permanente dialógico-coparticipativa. Para tanto, buscamos responder ao seguinte problema de pesquisa: como os docentes do Ensino Médio re-significam e constituem a docência por meio de uma formação permanente dialógico-coparticipativa? Metodologicamente este estudo fundamentou-se em uma abordagem qualitativa do tipo pesquisa-auto(trans)formação, em que os coautores tiveram a possibilidade de, por meio das interlocuções reflexivas, investirem em um (re)olhar crítico sobre si mesmos, sobre sua práxis educativa e sobre as políticas públicas de formação vivenciadas por eles, com autoria e autonomia. A investigação realizou-se em duas fases: inicialmente apresentamos aos professores e aos gestores das escolas de Ensino Médio da cidade de Santa Maria/RS um questionário aberto, a fim traçar um panorama geral e inicial do sentir-pensar-agir deles em relação às políticas de formação continuada vivenciadas ao longo da profissão; depois, realizamos 5 encontros da pesquisa-auto(trans)formação, em cada uma das 3 escolas participantes, respeitando o critério de participação, por meio dos Círculos Dialógicos Investigativo-auto(trans)formativos. Para a dinâmica dos encontros com os docentes, utilizamos a proposta epistemológico-política dos Círculos Dialógicos Investigativo-auto(trans)formativos, inspirada nos Círculos de Cultura freireanos em aproximação com a pesquisa-formação (JOSSO, 2010, 2011). Fizemos uso da abordagem hermenêutica para a interpretação e compreensão dos constructos da pesquisa que emergiram das temáticas geradoras. A investigação apresentou quatro temáticas geradoras: 1) diálogos: universidade, escola, CRE e políticas de formação de professores (1ª fase); 2) (com)partilha: reflexões sobre formações e pesquisas significativas (1ª fase); 3) resistência e luta por dignidade e valorização profissional (2ª fase); 4) caminhando para si com os outros em busca de autoria e autonomia na auto(trans)formação permanente (2ª fase). Como aportes teórico-conceituais, embasamo-nos nas proposições de Freire em diálogo com outros autores, tais como: Brandão (2013), Gadamer (2015), Josso (2010, 2011), Henz (2014, 2015), Henz e Freitas (2015) e Andrade (2019), para a metodologia; Imbernón (2009, 2010, 2011), Garcia (2010), Bolzan; Isaia (2009), Isaia (2009); Dourado (2010, 2016), Azevedo (2014), André (2010), Gatti (2008), para a auto(trans)formação permanente; e as Leis e Resoluções referentes às políticas públicas de formação continuada, promulgadas a partir de 1971 até os dias atuais. Refletindo com os coautores sobre a legislação, constatamos que, de 1988 até início de 2016, ela avançou muito, reconhecendo a necessidade e o direito à formação permanente e à valorização profissional, todavia não evoluiu no quesito garantia desses direitos. Segundo dos docentes, essa falta de garantia dos direitos e as políticas de formação continuada pouco significativas afetam a sua constituição da docência, porém existem outros desafios diários e para realizar uma formação interna ou externa à escola que se somam a isso. Após dialogar sobre eles, os coautores fizeram exercício desafiador de, além de olhar para os obstáculos e os percalços do cotidiano, caminhar para si com os colegas professores, a fim de compreender como vão se constituindo docentes ao longo da vida pessoal-profissional. Isso possibilitou que re-significassem alguns discursos, incorporando uma compreensão mais apurada sobre o seu papel na docência e na auto(trans)formação permanente. Os coautores das três escolas participantes acrescentaram ainda à constituição da docência as marcas deixadas pelos seus professores e/ou a marca subjetiva deixada pela mãe ou irmã professora; ampliaram essas discussões, quando demonstraram ter tomado consciência de que, se trazem consigo marcas de seus educadores, deixam também marcas em seus estudantes, as quais consideraram serem positivas.
Esse entendimento permitiu que os coautores reavaliassem e re-significassem muitos de seus quefazeres na sua constituição da docência. Diante do exposto, este estudo permite-me considerar que a pesquisa-auto(trans)formação e os Círculos Dialógicos Investigativo-auto(trans)formativos constituem-se como uma proposta epistemológico-política de pesquisa dinâmica capaz de contribuir significativamente com as investigações na área das ciências humanas. Por serem uma maneira de adentrar o espaço da escola não para coletar dados, mas para re-des-construir com os docentes os seus/nossos quefazeres na/da docência, caracterizam-se como uma estratégia formativa rica e poderosa. Do mesmo modo, cooperam com a auto(trans)formação permanente, por meio de diálogos-reflexivos coparticipativos, em que coautores e pesquisadora-coordenadora, cooperativamente, assumam-se como sujeitos autores e autônomos, capazes de refletir criticamente sobre suas situações-limite, colocando-se em permanente processo de busca pelo seu próprio ser mais e o de todos os envolvidos no contexto educativo.
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