Legitimação das universidades federais: análise dos enquadramentos construídos pelo jornal Zero Hora
Fecha
2021-02-10Primeiro membro da banca
Baldissera, Rudimar
Segundo membro da banca
Barichello, Eugenia Maria Mariano da Rocha
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Mostrar el registro completo del ítemResumen
Esta dissertação tem como tema as estratégias de legitimação impressas nos enquadramentos
jornalísticos das Universidades Federais (UFs) Brasileiras. Partimos do pressuposto de que a
mídia participa de processos de (des)legitimação de instituições, como as universidades
públicas. Frequentemente, as UFs têm sua existência ameaçada, devido principalmente aos
cortes orçamentários que sofrem por parte dos diferentes governos que passam pelo Brasil. Ao
mesmo tempo em que o jornalismo chama a atenção para este tema, vários questionamentos
surgem sobre as UFs, gerando tensões e movimentos divergentes. Como objeto empírico,
analisaremos o jornal Zero Hora. Nosso recorte temporal compreende o primeiro e o terceiro
semestre do governo de Jair Bolsonaro, aglutinando, assim, os primeiros momentos de uma
nova perspectiva política para as UFs e, também, os primeiros meses da pandemia de covid-
19, quando as instituições científicas tiveram uma grande visibilidade nas ações de
enfrentamento da doença. A pergunta norteadora deste estudo é “quais são os enquadramentos
construídos pelo jornal Zero Hora no agendamento das Universidades Federais durante o
primeiro semestre do governo Bolsonaro e durante o primeiro semestre da pandemia do novo
coronavírus no Brasil?”. Como objetivo geral, nos propomos analisar os enquadramentos
construídos pelo jornal Zero Hora que operam na (des)legitimação das UFs, considerando os
seis primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro e os seis primeiros meses da pandemia do
novo coronavírus no Brasil. Nosso referencial teórico, primeiramente, busca verificar qual o
papel das UFs a partir da tríade ensino, pesquisa e extensão, com base em autores da área da
Educação (WANDERLEY, 2003; MARTINS, 2008; RAYS; 2003). Depois, utilizamos a
noção de campo político, campo jornalístico e campo científico para verificar os
atravessamentos que ocorrem entre tais esferas (BOURDIEU, 1989; COOK, 2011;
RODRIGUES, 1990). Fazemos também uma articulação entre os conceitos de estratégias,
legitimidade, legitimação e discurso jornalístico (BOURDIEU, 2004; RODRIGUES, 1990;
SODRÉ, 2006; BARICHELLO, 2018). Como proposta teórico-metodológica, utilizaremos os
estudos de enquadramento (GAMSON E LASCH, 1981; GAMSON E MODIGLIANI, 1989).
Os resultados mostram uma preponderância do corpo docente das UFs enquanto fontes, em
um enquadramento que coloca essas instituições como lugar em que estão os principais
agentes capazes de analisar e explicar os acontecimentos. Outro enquadramento bastante
saliente é o tensionamento entre os campos político e científico, fruto, principalmente, das
críticas entre os campos com relação à crise epidemiológica causada pela covid-19.
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