Efeitos da taurina na exposição repetida ao etanol em peixe-zebra: parâmetros comportamentais e atividade da monoamina oxidase cerebral
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Data
2021-07-27Primeiro membro da banca
Luchiari, Ana Carolina
Segundo membro da banca
Barbosa, Nilda Berenice de Vargas
Metadata
Mostrar registro completoResumo
O abuso de álcool está associado a impactos negativos na saúde incluindo a alta taxa de morbidade e mortalidade, além de induzir diversas mudanças neurocomportamentais. Contudo, os medicamentos disponíveis para tratar os transtornos relacionados ao uso do álcool apresentam pouca eficácia terapêutica e a busca por novas alternativas de tratamento é fundamental. Assim, a taurina (TAU) surge como um potencial alvo de estudo devido a sua ação pleiotrópica no cérebro, a qual está envolvida na manutenção da integridade da membrana, osmorregulação, neuromodulação, além de possuir atividade antioxidante. Aqui, investigamos se a TAU desempenha um papel benéfico contra os efeitos da exposição repetida ao etanol (EtOH) em diferentes domínios comportamentais do peixe-zebra especialmente com foco no comportamento social, respostas do tipo ansiedade e memória. Além disso, analisamos os efeitos dos tratamentos sobre a atividade da monoamina oxidase (Z-MAO) cerebral, uma vez que as monoaminas podem desempenhar um papel importante nas respostas mediadas pelo EtOH. No presente estudo, os peixes foram expostos a água não-clorada ou ao EtOH 1% por 8 dias consecutivos (20 minutos por dia). A partir do quinto dia, imediatamente após a exposição ao EtOH, os animais foram expostos na ausência ou presença de TAU (42, 150 ou 400 mg/L) durante 1 hora por dia (totalizando 4 exposições) até o final do período experimental (oitavo dia). Vinte e quatros horas após a última exposição ao EtOH (nono dia), os peixes foram submetidos aos testes comportamentais (comportamento social, seguido pelo teste do tanque novo ou esquiva inibitória) e ao teste bioquímico para a avaliação da atividade da Z-MAO cerebral. Observamos que TAU 150 aboliu as respostas induzidas pelo protocolo de exposição repetida ao EtOH, enquanto que as demais concentrações testadas mostraram uma modesta atenuação deste efeito ansiogênico mensurado a nível social em peixes-zebra. Além disso, os animais expostos repetidamente ao EtOH apresentaram um aumento do comportamento semelhante ao de ansiedade no teste do tanque novo, enquanto TAU 42 e TAU 400 atenuaram algumas respostas comportamentais. No teste da esquiva inibitória, TAU 42 e TAU 150 apresentaram um papel protetor na reversão do déficit na aquisição da memória causado pelo EtOH. A análise bioquímica revelou que a TAU não modulou o aumento da atividade da Z-MAO cerebral induzido pela exposição repetida ao EtOH. De modo geral, nossos resultados sugerem um potencial efeito benéfico da TAU contra a exposição repetida ao EtOH em peixes-zebra, reforçando a crescente utilidade deste organismo modelo em pesquisas científicas para investigar os mecanismos subjacentes as respostas neurocomportamentais do EtOH e da TAU em vertebrados.
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