A (re)invenção da identidade do mauesense: festa do Guaraná, memórias e histórias
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Data
2021-02-11Primeiro membro da banca
Padoin, Maria Medianeira
Segundo membro da banca
Santos, Julio Ricardo Quevedo dos
Terceiro membro da banca
Lemos, Maria Teresa Toribio Brittes
Quarto membro da banca
Assis, Francisco Pinheiro de
Metadata
Mostrar registro completoResumo
A presente pesquisa investiga como e de que forma a Festa do Guaraná acontece no município de Maués, na Amazônia, e como ela pode contribuir para a preservação ou invenção da identidade mauesense. Para tanto, buscamos entender o processo que deu origem ao município de Maués e como o guaraná tornou-se um referente da produção cultural local. Nos desdobramentos da festa, indagamos sobre a importância dos movimentos culturais, percussores da Festa do Guaraná, para a manutenção das tradições, como o ribeirinho, produtor de guaraná, e o responsável pela manutenção dos aspetos práticos, simbólicos das comemorações, bem como são usados pelo poder público, os aspectos da cosmologia Mawé na invenção da identidade do mauesense. Para tanto, analisamos o processo de formação identitária do povo mauesense, relacionado à produção cultural do guaraná, percebendo e descrevendo os diferentes significados do beber guaraná, analisado como expressão ressignificada dos grupos sociais mauesenses. As atividades culturais, em torno da Festa do Guaraná, permitem uma reflexão em duplo sentido: Os pressupostos teóricos da pesquisa dialogam com o debate da interculturalidade pós-moderna na formação das identidades vinculadas ao território. O caminho metodológico, tendo em vista uma diversidade de fontes, se realiza pela abordagem qualitativa que nos permite a relação com a pesquisa etnográfica, oportunizando o contínuo processo interpretativo. Foi essa a ideia paradigmática usada para elaborar formas de conhecimentos que nos permitiu dialogar com as ciências humanas, construir histórias, compreender a construção de identidades e entender trocas culturais. Os sujeitos envolvidos nas entrevistas são pessoas que participam das experiências dos movimentos culturais, professores, artistas, gestores públicos, coordenadores de clubes, ribeirinhos, empresários e estudantes. Os resultados revelam que a identidade do mauesense é construída em uma relação diversa de trocas culturais entre sujeitos de matizes diferenciados e de origens de várias partes do mundo. Constatamos na Festa do Guaraná um discurso nas performances na busca de construir uma homogeneidade cultural de raiz étnica, no entanto, alheia às diversidades existentes na história da sociedade local. A tese está inserida na Linha de Pesquisa “Memória e Patrimônio”, do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Maria, Rio Grande do Sul.
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