Ancilostomídeos do trato gastrointestinal de cães: ocorrência, fatores de risco e multirresistência aos antiparasitários
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Data
2022-02-21Primeiro coorientador
Cargnelutti , Juliana Felipetto
Primeiro membro da banca
Camillo, Giovana
Segundo membro da banca
Gressler, Lucas Trevisan
Metadata
Mostrar registro completoResumo
Cães são comumente infectados por parasitas gastrointestinais, mas nem sempre apresentam sinais clínicos. Estes animais são hospedeiros definitivos de inúmeros parasitas do trato gastrointestinal e propiciam a manutenção do ciclo biológico, uma vez que excretam nas fezes ovos de helmintos e cistos ou oocistos de protozoário, favorecendo, desse modo, a contaminação do ambiente e a propagação de parasitas para outros animais. Ademais, o estreitamento do convívio entre os animais de companhia e o homem intensifica a exposição humana à parasitas com potencial zoonótico. Diante disso, o presente trabalho objetivou avaliar a ocorrência de helmintos gastrointestinais de 38 cães naturalmente infectados, a eficácia anti-helmíntica de Canex Composto® (pamoato de pirantel + praziquantel), Fenzol Pet® (fembendazol) e Milbemax C® (milbemicina oxima + praziquantel), por meio das técnicas coproparasitológicas qualitativas (Willis e Sedimentação Simples) e quantitativas (McMaster). Além disso, os fatores de risco associados à infecção destes helmintos a partir de um questionário aplicado por meio do Google Forms. Esse questionário buscou, através de 17 questões, avaliar o número de tratamentos para endoparasitos e ectoparasitos por ano, acesso à rua, predominância de ambiente, raça, utilização de coleiras antiparasitárias, frequência de consultas veterinárias, presença de outros animais no mesmo ambiente, perfil alimentar dos cães, renda familiar e grau de escolaridade dos tutores. Dos animais avaliados, 22/38 (57,89%) apresentaram resultado negativo e 16/38 (42,71%) resultado positivo para Ancylostoma caninum. Para avaliar a eficácia dos antiparasitários, 12/16 (75%) foram suscetíveis ao pamoato de pirantel com praziquantel, 3/4 (75%) ao fembendazol e 1/1 (100%) à milbemicina oxima com praziquantel. Além disso, constatou-se que as chances de infecção em cães que habitam um ambiente contendo solo ou grama são 6,67 vezes maiores do que em cães que habitavam ambientes impermeáveis. Cães sem raça definida (SRD) apresentaram 6,54 vezes mais propensão para serem infectados do que cães com raças definidas. Ainda, A. caninum resistente ao pamoato de pirantel com praziquantel (4/16, 25%) e fembendazol (1/4–25%) foram detectados nos animais submetidos aos tratamentos. A partir do estudo, ressalta-se, portanto, a importância do acompanhamento coproparasitológico pelos profissionais antes e após o tratamento de endoparasitos, a fim de avaliar a eficácia dos medicamentos antiparasitários e garantir a saúde e o bem-estar animal. Por fim, os resultados obtidos neste estudo sugerem a importância da realização de exames coproparasitológicos prévios à prescrição de anti-helmínticos, além de minimizar a exposição dos animais aos fatores de risco.
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