As dores emocionais docentes: hermenêutica dos processos formativos na autocompreensão de professores universitários
Fecha
2021-09-24Primeiro membro da banca
Veiga, Adriana Moreira da Rocha
Segundo membro da banca
Henz, Celso Ilgo
Terceiro membro da banca
Azevedo, Maurício Cristiano de
Quarto membro da banca
Luiz, Ercília Maria de Moura Garcia
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A presente tese, com o título “As dores emocionais docentes: hermenêutica dos processos formativos na autocompreensão de professores universitários”, foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria na Linha de Pesquisa Docência, saberes e desenvolvimento profissional. A proposta de estudo tem como elemento principal reconhecer as dores emocionais, traduzidas em ansiedade, estresse, depressão e outros sintomas, e a contribuição dos saberes da docência para a (re)configuração hermenêutica da autocompreensão de professores universitários, a partir das investigações neurocientíficas de Antonio Damásio e Baruch Espinosa. Com esse objetivo, optou-se por investigar a seguinte questão problemática: Em que sentido a autocompreensão dos professores universitários sobre as suas dores emocionais, que colocam em risco a sua saúde emocional, contribui (ou não) para a (re)configuração pedagógica dos seus processos formativos? O desenho metodológico da pesquisa privilegia a abordagem qualitativa de cunho hermenêutico, que envolve a escuta de sujeitos implicados, tendo como referência as características da hermenêutica simbólica de Andrés Ortiz Osés. A hermenêutica é referenciada, a fim de poder-se reconhecer, nas narrativas dos docentes universitários, as dores emocionais, bem como a contribuição dos saberes da docência para a (re)configuração do autoesclarecimento pedagógico. Para ilustrar esse percurso, recorre-se à tragédia grega “As Bacantes” com o intuito de explorar o seu potencial hermenêutico de interpretação e sentido para o entendimento da relação humana com a sua natureza interior. É dessa forma que a discussão se alia às investigações do neurocientista Antonio Damásio, cujas intuições apontam para a centralidade das emoções na vida racional. As emoções tornam os seres humanos únicos e os capacitam a um repertório de leitura dos sentimentos envolvidos na ação, criados a partir da interação corpo e mente. Ele propõe que as emoções de dor, sofrimento ou prazer antecipado foram as forças motivadoras da cultura, os mecanismos que impulsionaram o intelecto humano e monitorizaram o sucesso ou o fracasso das invenções culturais. Outra contribuição importante para este estudo foi o pensamento de Baruch Espinosa e os seus conceitos de afeto, liberdade e servidão. Outros aportes teóricos foram imprescindíveis e todos relacionados ao referencial teórico. A técnica de pesquisa escolhida foi a narrativa e, nela, os quatro docentes foram ouvidos via google meet. Nessas narrativas estão presentes os seus conflitos, cuja interpretação possível, neste momento e com os aportes teóricos escolhidos, foi provocada pela inconsistência entre a cultura e a possibilidade de autogestão da vida, a insegurança diante do não reconhecimento de si e do outro, a vaidade expressa na autoimagem docente e o descrédito da contribuição da pedagogia para a realização de um trabalho disruptivo em relação às crenças. Assim, propõem-se os saberes do autoesclarecimento como componentes da organização dos processos formativos docentes. Ele é formado pelos saberes de articulação entre razão e emoção, sentido de si, autodeterminação e autogestão da vida, desconstrução e (re)significação de conceitos e crenças e autoesclarecimento pedagógico.
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